Por José Mendes Pereira
Meu amigo e
irmão Eraldo Xaxá, não sei se você foi um dos fregueses do seu
"Nosim" e seu "Ovídio" em época muito distante no centro da
cidade de Mossoró, ou ainda no Grande Alto do São Manoel, onde hoje funciona o
Posto de gasolina do Ceguinho, mas com outro nome de fantasia o qual eu não me
recordo no momento.
Quando se fala
no antigo "Bar dos Doidos" que funcionou por pouco tempo em Mossoró,
e era localizado à Rua Coronel Gurgel com o cruzamento da Rua Felipe Camarão,
muita gente pensa que lá só tinha doidos, malucos, mas na verdade, não existiam
pessoas doentes mentais, e que os verdadeiros donos eram dois irmãos, e de
família que tinha boa condição financeira, e que aquele bar era apenas uma
maneira de ocuparem o tempo, porque, além de um bom poder aquisitivo já eram
aposentados.
Seu
"Ovídio" e seu "Nosim" como eram chamados eram tios dos
empresários Porcino Costa e do Anibal Fernandes Porto, proprietário da
Anibaltec, que funciona na Rua Lopes Trovão com a Tiradentes, centro e da Loja
Balanças e Complementos, situada na Avenida Alberto Maranhão, além de uma
filial em Natal.
Aqui vou fugir
um pouco da minha história, mas voltarei logo, só para falar sobre o amigo
Aníbal Fernandes Porto que há mais de dois meses que está adoentado, e passou
mais de mês na UTI, mas ele já está em casa se recuperando muito bem.
Quando eu saí
da Casa de Menores Mário Negócio fiquei como formiga sem formigueiro sem saber
para onde ir. Eu não quis procurar família. Mesmo com muita dificuldade no que
diz respeito à vida sozinho para me manter sem meus pais e meus irmãos ao meu
lado, porque eles moravam no sítio, e antes de ir para casa do meu primo Manoel
Gomes Pinheiro e a sua esposa Maria Beatriz de Melo (que todos nós da
instituição de menores a adotamos como mãe e que infelizmente ela faleceu este
ano), várias e várias vezes eu almocei na casa do seu Eliseu Porto e dona
Nazaré pais do Anibal Fernandes Porto, convidado por qualquer um deles como
pais, irmãos e irmãs, e hoje só tenho a agradecer ao apoio que eles me deram.
Muito obrigado a todos que lá me ampararam por meses como se eu fizesse parte
da família! Uma família extraordinária e com a maior simplicidade.
Voltando à
nossa historinha:
Este nome
"Bar dos Doidos" surgiu porque os proprietários nunca colocaram
portas, e como não fechavam nem para dormirem os próprios beberrões nomearam de
"Bar dos Doidos".
O apelido só
foi oficializado, digamos assim, quando os dois proprietários convidaram dois
violeiros e promoveram uma cantoria para chamar atenção de novos fregueses.
Nessa noite eu estava lá, mas não me lembro bem quem eram os violeiros. E após
muitas bebidas ingeridas e tira-gostos, e já um pouco ébrio, um dos violeiros
propôs um mote, e este mote que eu não me lembro mais como foi feito, nele
estava a palavra "Bar dos Doidos" com todas as letras, porque antes
não se falava esse nome no bar, as pessoas temiam que os donos se revoltassem.
A partir disso seu "Ovídio" e seu "Nozim" assumiram e
aprovaram o nome de fantasia "Bar dos Doidos".
Nesse tempo,
na década de setenta, eu morava na Almirante Barroso, nos igapós do bairro
Pereiros, e sempre, à noite, quando eu vinha do Ginásio Municipal de Mossoró eu
fazia uma paradinha para merendar, ou mesmo tomar uma ou duas pinguinhas.
Algumas
pessoas não gostavam muito do seu Ovídio porque alegavam que ele era um pouco
ignorante. Mas a sua ignorância era devido o stress de passar a noite toda
acordado, já que o prédio não tinha nenhuma porta, e eles reversavam entre si.
Uma noite ficava seu "Nosim" responsável pelo funcionamento do bar, a
noite seguinte seu "Ovídio" administrava as dependências do comércio.
Posteriormente,
os irmãos estabeleceram o serviço de bar na Avenida Presidente Dutra, ao lado
da antiga Renovadora de Pneus, onde hoje funciona um posto de gasolina.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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