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domingo, 17 de novembro de 2019

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CANGACEIRO GALO BRANCO


Por Gilva Martins de Arruda Melo - Bisneta do Galo Branco

"Quero aqui abrir um espaço para escrever algo que fez parte da minha história, e que considero importante escrever."

João Martins de Souza conhecido como GALO BRANCO, não se sabe o porquê, mas, pelo fato de já ter chegado à ilha de Fernando de Noronha com este apelido, assim era chamado, onde foi preso aos 30 anos de idade no ano de 1921. Foi à ilha pra cumprir pena à justiça por fazer parte do cangaço, e que segundo ele teria derrubado 34 macacos como costumavam falar na época. Em sua prisão tinha liberdade de andar a vontade e trabalhar cuidando do gado e das plantações que pertenciam à ilha. Natural da Paraíba teve por sua mulher Flora Maria da Conceição que também chegou à ilha logo após sua prisão, vindo a falecer ainda muito jovem deixando seus 03 filhos ainda pequenos. Sendo o mais velho Manoel Martins de Souza, Severina e como caçula José Martins de Souza o “meu avô”. Muitos historiadores confundem-se quando se fala no bando do cangaço do qual ele fazia parte, pois na maioria das vezes se relata que ele teria passado 17 anos ao lado de Lampião quando na verdade nesta época este bando ainda não existia. Se realmente fez parte do cangaço como ele falava e, segundo a justiça, ele foi preso por grupo que buscava exterminar o cangaço, possivelmente deveria ter participado do grupo do cangaço de Antônio Silvino o famoso “Rifle de Ouro” que por sua vez também de Campina Grande – PB e deu início ao cangaço em 1896 juntamente com seu irmão Zeferino logo após a morte do pai. Galo Branco, mesmo não sendo citado por nenhum historiador, contava que entrou para o cangaço aos 13 anos também para se vingar da morte de seu pai, e assim como esta dentre outras, várias histórias foram contadas pelo cangaceiro de pele clara, olhos azuis e de longas barbas brancas. Ele tinha uma maneira estranha de viver, nunca residiu em casas como nós, morava em uma caverna de barro montanhosa, uma espécie de "Bunker" da época da guerra, usado como paiol, próxima ao único aeroporto da ilha e gostava muito de trabalhar na agricultura em enormes plantações de milhos. Andava a ilha toda a pés quando não encontrava caronas, era sagrado uma pinga(cachaça), uma lapada por dia, dizia que era seu remédio o famoso “Pá Bufi”. Andava com um enorme punhal inseparável que dizia ser "O SANTO JESUS VAI COMIGO"... Usava seu costumeiro chapéu de cangaceiro mesmo quando trabalhava na agricultura. Em suas histórias ele contava:

“Eu estava em uma igreja na cerimônia de um casamento quando a polícia em uma emboscada me prendeu e outros também. Foi assim que vim parar neste lugar, fui preso.”


Não se sabe como ele teve novamente a posse de uma caixinha de ferro onde guardava orelhas que dizia ser de gente e que em suas matanças costumava guardar e mostrava ao contar suas histórias. Tornou-se um mito de Fernando de Noronha e todos os moradores e visitantes da ilha conheceram sua história. A história do Galo Branco o famoso João Pá Bufi. Se a justiça diz ter capturado do grupo do cangaço não se sabe ao certo de que grupo ele veio?... Qual crime cometera?... Mas... Foi assim que morou na ilha por 65 anos, vindo a falecer em 01 de maio de 1986 no Recife-PE após ter sido internado por três dias entrou em óbito na residência de seu filho José Martins de Souza, o meu avô, foi enterrado no cemitério da Muribeca – Jaboatão dos Guararapes-PE. Deixou ainda por descendência seu filho José Martins de Souza com sua esposa Dulce Bezerra de Souza, 08 filhos sendo 07 mulheres e 01 homem, netos e bisnetos.

Gilva Martins de Arruda Melo - Bisneta Primogênita do Galo Branco - Natural de Fernando de Noronha graduada em Pedagogia pela FJN/PE - Faculdade Joaquim Nabuco- Recife, com habilitações em Magistério, Orientação Educacional e Pós Graduada em DGaloocência no Ensino Superior. Atualmente trabalho na Educação.



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