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domingo, 10 de maio de 2020

PRIMEIRO CANGACEIRO DO NORDESTE BRASILEIRO

Por José Mendes Pereira

No ano de 1751 nasceu em Glória do Goitá pertencente à Vitória de Santo Antão, cidade da zona da mata pernambucana José Gomes o Cabeleira. O seu apelido possivelmente foi dado  devido suas compidas mechas. Era filho de branco com índio, de  olhos escuros, corpo debilitado, lábios delgados e nariz curto. Ele aterrorizou sua região.

Quando menino José Gomes tinha que escolher qualcaminho seguiria: ou seguiria os bons modos da mãe Joana,  de coração amoroso, ou seguiria o mundo pai Joaquim Gomes, um homem assassino  que o treinara para matar passarinhos, e depois gente. Sem escolha, o menino segue o pai para se tornar perverso e assassino tornando-se “O Cabeleira”, criminoso “perigoso” procurado da justiça. Infelizmente o menino escolheu seguir o pai pelas matas matando e judiando quem encontrava pela frente.

A literatura do cangaço afirma que o primeiro homem a agir como cangaceiro no Nordeste do Brasil teria sido o Cabeleira como era chamado o José Gomes, apesar de o termo (cangaceiro estava adormecido no dicionário) nem ter existido na sua época em que viveu. Um homem que se tornou perverso e sanguinário ao estremo ensinado pelo próprio pai Joaquim Gomes que com certeza era desequilibrado. O Cabeleira utilizava métodos bastantes violentos que sem dúvida resultavam em mortes.

No dia 1º de setembro de 1773 o Cabeleira em companhia do pai Joaquim Gomes de igual perversidade, e outro delinquente de nome Teodósio de grande confiança do Cabeleira e que esteve ao seu lado em diversos crimes. Até no momento de sua execução ele estava ao seu lado. O Estado de Pernambuco sofreu com assaltos e mortes praticados pelos três, mais o roubo de um armazém que findou na morte de um soldado e de um civil.  Em 1775 José Gomes com o pai Joaquim Gomes e o Teodósio bagunçaram os sertões nordestinos.

Os principais relatos sobre o criminoso foram escritos em 1876 pelo historiador e folclorista Franklin Távora, que lançou o primeiro romance denominado de "O Cabeleira". Posteriormente a vida do Cabeleira se tornou poesia escrita  pelo escritor e diplomata brasileiro João Cabral de Melo Neto.

Sua trajetória de crimes teve fim em 1776, ao fugir da polícia se escondendo num canavial em Paudalho, na zona da mata e foi capturado.

Na justiça nada foi perdoado tendo sido condenado à forca pelos assassinatos e roubos que fizera durante a sua vida de bandido, sendo executado no dia 28 de março de 1776, no Largo das Cinco Pontas dentro da capital de Recife.



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