Cidade do México , México , Pirâmides , Teotihuacan
Por Claudia Liechavicius
Perplexidade. Admiração. Reverência. Respeito. Curiosidade. Serenidade. É difícil descrever a gama de sensações que se tem ao entrar no complexo de Teotihuacan. Sabe um daqueles lugares em que a gente parece pequeno e que uma paz enorme invade a alma? Foi assim que me senti ao subir lentamente, embevecida, cada um dos 260 degraus da Pirâmide do Sol. É incrível sentar no topo dessa construção milenar, no alto de seus 65 metros de mistério, olhar para o vale e não ver nada que se aproxime da sua magnitude. E, ficar ali imaginando que tudo foi feito há mais de dois mil anos e que mais de 120 mil pessoas chegaram a viver naquelas terras é quase como entrar num filme e voltar no tempo.
Pirâmide do Sol.
As colossais pirâmides de Teotihuacan - Pirâmide do Sol e Pirâmide da Lua - fazem parte da sagrada metrópole de uma civilização pré-asteca. Elas surgem silenciosamente em meio a uma vegetação baixa, 50 quilômetros à nordeste do centro da Cidade do México.
Ao fundo, a Pirâmide da Lua, vista a partir da Pirâmide do Sol.
A verdade é que pouco se sabe sobre a origem de Teotihuacan. Os historiadores dizem que os fundadores dessa civilização faziam parte de um povo do qual não se tem conhecimento, e que provavelmente, viveram antes dos toltecas. Depois, o local foi ocupado por povos de várias etnias diferentes. Começou a crescer por volta do ano 200 a. C. e teve seu ápice no ano 500 d.C., quando unificou todo o vale e uma região ainda além dele. Foi nessa época que o império chegou a marca de 125 mil habitantes. Depois, começou a cair em decadência enquanto sua população se dissipava. Mais tarde, os astecas passaram a considerar o local como sagrado por acreditar que tivesse sido construído por gigantes. Ainda hoje, as pirâmides, o centro de cerimônias, os palácios e os templos revelam o esplendor vivido em Teotihuacan, que significa "local onde os homens se tornam deuses". Durante o ano muita gente faz peregrinação ao longo dos 82 quilômetros quadrados que formam o território de Teotihuacan - onde existem em torno de 30 pequenas pirâmides.
A Pirâmide do Sol é considerada a terceira maior do mundo, ficando atrás de Cholula (também no México) e Quéops (no Egito). Estima-se que sua construção tenha sido concluída no século II. É feita em tijolos e terra, coberta com pedras e cascalho.
A Pirâmide da Lua é menor do que a do Sol - tem 45 metros de altura - mas, por estar localizada ao final da Avenida dos Mortos tem melhor vista do sítio histórico.
A Avenida dos Mortos tem aproximadamente 2 quilômetros e meio de extensão e vai desde a Pirâmide da Lua até a cidadela. Mas, já teve 4 quilômetros, nos tempos áureos. Seu nome foi dado pelos astecas indevidamente, pois eles achavam que os prédios em toda a extensão da avenida eram túmulos reais.
O mural da Onça Pintada fica bem escondido entre as escadarias de um prédio. É preciso procurar.
Por mais de mil anos após seu declínio, as ruínas de Teotihuacan ficaram escondidas. Felizmente, o lugar não foi descoberto por Hernan Cortés, pois poderia ter sido destruído também - como ele fez com a Cidade do México. As escavações começaram a ser feitas no local em 1864 e continuam até hoje. A Pirâmide do Sol foi descoberta apenas em 1971 e o Palácio de Quetzalpapalotl 40 anos antes. Sorte a nossa, pois só isso já justifica uma visita ao México.
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