Por José Mendes Pereira
Em minha humilde opinião, Maria Bonita já havia percebido que a sua vida "errante", juntamente com a sua juventude, já estavam vencidos, e melhor seria convencer o seu velho companheiro capitão Lampião para juntos, estudarem uma possível e urgente desistência do mundo cangaceiro. E aquele movimento desastroso e sem graça, ou sem nenhuma perspectiva para o futuro do casal, não mais lhe interessava, vez que a sua idade na desilusão, já havia se passado.
AH, SE EU ME
ENCONTRASSE COM A MINHA FAMÍLIA!
Maria Bonita
quando se embrenhou às matas, estava dominada pela paixão, e depois de tantos
sofrimentos, descobriu que havia se enganado, pois a sua loucura pela
"Empresa de Cangaceiros Lampiônico & Cia" do capitão Lampião, era
uma simples ilusão. Por esta razão, exigia do seu companheiro a desistência
daquela amaldiçoada vida.
Foram oito
anos vividos e perdidos entre os serrados. A vida do cangaço era um verdadeiro
inferno, sofrendo naquelas matas como se fosse um animal, e como saldo que sempre foi negativo, apenas
ganhara o sol forte, poeiras, chuvas, dormindo no chão, desprovida de um
acomodado teto, distante das festas decentes que aconteciam na sua terra
querida, o povoado Malhada da Caiçara, localizada no município Paulo Afonso, na
época, município Santo Antônio de Glória, na Bahia; a solidão era presente a todo
instante, saudade dos pais, irmãos, familiares, amigos, parentes e aderentes.
Maria Bonita
viveu o inferno que ela mesma o desejou. Queria voltar ao seu amado chão,
abraçar os velhos e sofridos pais, irmãos, irmãs e lhes dizer, que a partir
daquele dia, passaria a ser a nova Maria Déia e não mais falassem no catastrófico movimento cangaceiro. Não queria que nenhum familiar e parentes, passassem isso em seu ressecado rosto.
Mas Maria Bonita apenas imaginava a desistência do cangaço, e não tinha coragem de fugir da presença do seu companheiro. Não queria tomar esta atitude, pois a Rosinha do cangaceiro Mariano Laurindo Granja, fora assassinada a mando de Lampião. A Cristina do cangaceiro Português, também havia ganhado o mesmo presente, fora morta com ordem de Lampião. A Lídia Pereira, foi assassinada pelo seu companheiro o cangaceiro Zé Baiano, e Lampião nem lhe pediu que não a matasse. E ela mesma sabia, que sendo a verdadeira companheira do chefe do cangaço, e se fugisse em busca dos seus familiares, com certeza, seria seguida pelos cangaceiros, todos ordenados pelo capitão Lampião.
A CAATINGA É
BEM MELHOR DO QUE A PRISÃO
Mas Lampião
como dirigente da sua "Empresa de Cangaceiros Lampiônicos & Cia", jamais imaginou sair daquela sofrida vida. Para ele,
liberdade, somente entre os serrados, livrando-se de estilhaços de balas, estaria tudo bem, e para isso, ele fazia o seu malabarismo, porque se assinasse
a desistência do cangaço, com certeza, iria passar pelas mãos vingativas de
policiais. Não desistiria e nem autorizaria a saída de sua companheira do
cangaço.
"Não desisto de forma alguma!
Amigo leitor: Não use este meu pequeno texto na literatura lampiônica. São apenas as minhas inquietações.
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