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domingo, 11 de fevereiro de 2024

E POR FALAR EM SERTÃO.

 (Dalinha Catunda e Humberto Paz).


Confesso, sou retirante,
Mas adoro o meu rincão.
As festas da padroeira,
Os festejos de São João...
Distante do meu lugar,
Não quero sempre ficar,
Nem só ter recordação.
(D. C)
Adoro mais meu sertão,
Quanto mais florido fica.
E cantado em verso e prosa
Por quem o dignifica,
Me dá um desejo imenso
De correr pra lá. Só penso
No cuscuz e na canjica.
(H. P)
Minha saudade triplica
É no tempo da invernada.
Comer meu cuscuz com leite,
Me empanturrar na coalhada...
Banho de chuva tomar,
Ir pro rio tibungar
Junto com a molecada.
(D. C)
O canto da passarada,
Banho de rio e açude,
Leite mugido e gemada
Eu tomei enquanto pude.
Pra não morrer de saudade
Imploro, por caridade:
Papai do céu, me ajude!
(H. P)
Enquanto eu tiver saúde,
Meu rancho nas Ipueiras,
Eu não vou deixar de ouvir
O som das carnaubeiras.
O vento se faz presente
Em cada palma virente,
Movimentando as palmeiras.
(D. C)
Na sombra das ingazeiras
Deixei minha doce infância.
Corri pelo mundo afora,
Indo e seguindo, na ânsia
De um dia me firmar,
Pra depois poder voltar,
Mas só aumenta a distância.
(H. P)
Quando estou na minha estância
Parece que estou no céu.
Quando chego na porteira
Zoada faz o tetéu.
Passando no meu terreiro,
Me cumprimenta o vaqueiro
Me acenando com o chapéu.
(D. C)
Quem tem na mão o pincel
Que pinta as cores da vida,
Quem canta sua terra e deixa
A cena mais colorida,
Quem ama o sertão merece
As graças de uma prece
À Mãe do Céu dirigida.
(H. P)
Eu fico toda enxerida
Pra falar do meu sertão.
Vou retirando palavras
De dentro do coração.
Nessa minha ladainha
Vou fazendo louvaminha
No percurso da oração.
(D. C)
Pra visitar meu torrão
Topo qualquer desafio.
Também não meço distância,
Vou correndo a mais de mil.
Toco no rumo de lá.
Só precisa alguém falar
Para acender o pavio.
(H. P)
Com meu linguajar macio,
Com seu canto nordestino,
Nós fomos trocando versos
Sem cometer desatino.
Esse canto sertanejo
É fruto do nosso desejo.
Com muito gosto eu assino.
(D. C)
Aprendi desde menino,
Nas sagradas escrituras,
Que amar é tudo de bom.
Entre a cozinha e a costura,
Mamãe, com gestos suaves...
Vou guardar a sete chaves
Esta sua assinatura.
(H. P).

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