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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

𝑨 𝑪𝑶𝑽𝑨𝑹𝑫𝑰𝑨 𝑫𝑬 𝒁𝑬́ 𝑺𝑬𝑹𝑬𝑵𝑶

Do acervo do Jaozin Jaaozinn

Por um certo tempo, nos períodos de agosto para outubro, o Capitão Aníbal Vicente, da força volante da Bahia, trocava cartas com o cangaceiro e chefe de bando Zé Sereno. Tratavam sobre uma possível entrega dos bandoleiros nas terras de Jeremoabo.

Capitão Aníbal Ferreira
 ao centro.

Por tempos que o oficial confirmava a total segurança dos asseclas que iriam se entregar, além de dar sinal verde para as entregas. Em conversa com seus compadres (Corisco e Labareda), consegue incentivá-los a seguirem com ele e que entregassem as suas armas para a força baiana. Marcam então um encontro para comemorarem a ocasião. Seria no povoado de Pinhão/SE, no dia 15 de outubro de 1938, na casa do coiteiro João Batista da Costa, o Joãozinho de Donana ou Joãozinho Veneno. 

O Cangaceiro Corisco

Preparam então a festa para as suas entregas; Corisco estava com um pé atrás de como ele seria recebido, pelo motivo da "vingança" que fez, acarretando na chacina da fazenda Patos.

Aderbal Nogueira - https://www.youtube.com/watch?v=7vvsPz4HtaU

O mais interessante é que, naquele momento, alguns soldados do destacamento de Bebedouro/BA, comandados pelo cabo Raimundo, participaram do baile. Da tropa local, apenas um volante fazia-se presente, chamado José Paes da Costa. Seu comandante, o cabo João Grande, estava dentro da casa do coiteiro. José admirava os cangaceiros, principalmente o Diabo Louro. Policiais e bandidos participavam da mesma festa, bebendo da mesma bebida, dançando a mesma música, e aqueles que tinham suas companheiras rodopiavam no meio do terreiro. Os três chefes de grupo conversavam com alguns moradores da vila; enquanto alguns soldados da Bahia conversavam com outros cabras.

Em meio aquela animação, apareceu Balão, ofegante, com suas vestes rasgadas e enérgico; parecia que viu assombração. Trouxe a notícia da morte de seus companheiros (Bom de Veras, Amoroso e Cruzeiro) abatidos pela volante sergipana de Zé Luís.

Vendo o risco de um possível combate, já que estavam presentes naquele momento a caça e o caçador, Joãozinho Veneno mandou suspender o pé-de-calçada. João Grande, que não concordava com a entrega dos cangaceiros em troca de anistia, ordena aos seus homens que se equipassem e guardassem os bons acontecimentos, pois naquele instante tudo voltaria ao normal.

Com isso, a briga já estava armada: a volante de Raimundo, somando com o volante José Paes, acabou ficando do lado dos cangaceiros, dizendo que lutariam contra a sergipana. E a bala comeu solta. No meio da bagunça, Zé Sereno se refugiou dentro da casa de Veneno, acabando por ser cercado pelo soldado João Batista. Por ser uma moradia de cômodos pequenos e pelos equipamentos usados pelo cangaceiro (embornais, cartucheiras entre outros), Zé fica "entracado", não conseguindo se mexer. Cansado, pede socorro ao bandoleiro Cacheado, que liquida o militar com um tiro na testa.

Na hora da fuga, José Ribeiro Filho (o Zé Sereno) pede que José Paes os guiasse para fora da cidade, pois não conheciam muito a região. O soldado cumpriu de bom grado, direcionando, na maior segurança, os cangaceiros. Sem mais e nem menos, Sereno mata o policial de forma covarde, pelas costas, e ainda queria matar o cabo Raimundo - mesmo sabendo que estes estavam os apoiando -.

Vendo isso, Corisco segura o velho companheiro e diz, “tu tá doido, é? Eles estavam nos ajudano, home! Vou até pagá as balas qui eles gastaro pra nos defendê!".

E, assim, José Ribeiro com seu grupo segue destino a Jeremoabo, se entregando no dia 19 de outubro; enquanto Labareda e Corisco desistem da proposta de Anníbal e vagam na espinhosa caatinga. No acontecimento do dia 15 de outubro, Sereno pratica seu último crime, de forma covarde, cruel e de extrema maldade; pagando com o mal o bem que o soldado fez.

𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆: 𝐿𝑎𝑚𝑝𝑖𝑎̃𝑜 𝑒 𝑜 𝐶𝑎𝑛𝑔𝑎𝑐̧𝑜 𝑛𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑜𝑔𝑟𝑎𝑓𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑔𝑖𝑝𝑒 - 𝐴𝑟𝑐𝒉𝑖𝑚𝑒𝑑𝑒𝑠 𝑀𝑎𝑟𝑞𝑢𝑒𝑠; 𝐹𝑜𝑟𝑐̧𝑎𝑠 𝑉𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑎 𝑍 - 𝐵𝑖𝑠𝑚𝑎𝑟𝑐𝑘 𝑀𝑎𝑟𝑡𝑖𝑛𝑠.

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