Do acervo do Jaozin Jaaozinn
Por um certo
tempo, nos períodos de agosto para outubro, o Capitão Aníbal Vicente, da força
volante da Bahia, trocava cartas com o cangaceiro e chefe de bando Zé Sereno.
Tratavam sobre uma possível entrega dos bandoleiros nas terras de Jeremoabo.
Capitão Aníbal Ferreira
ao centro.
Por tempos que o oficial confirmava a total segurança dos asseclas que iriam se entregar, além de dar sinal verde para as entregas. Em conversa com seus compadres (Corisco e Labareda), consegue incentivá-los a seguirem com ele e que entregassem as suas armas para a força baiana. Marcam então um encontro para comemorarem a ocasião. Seria no povoado de Pinhão/SE, no dia 15 de outubro de 1938, na casa do coiteiro João Batista da Costa, o Joãozinho de Donana ou Joãozinho Veneno.
O Cangaceiro Corisco
Preparam então a festa para as suas entregas; Corisco estava com um pé atrás de
como ele seria recebido, pelo motivo da "vingança" que fez,
acarretando na chacina da fazenda Patos.
O mais
interessante é que, naquele momento, alguns soldados do destacamento de
Bebedouro/BA, comandados pelo cabo Raimundo, participaram do baile. Da tropa
local, apenas um volante fazia-se presente, chamado José Paes da Costa. Seu
comandante, o cabo João Grande, estava dentro da casa do coiteiro. José
admirava os cangaceiros, principalmente o Diabo Louro. Policiais e bandidos
participavam da mesma festa, bebendo da mesma bebida, dançando a mesma música,
e aqueles que tinham suas companheiras rodopiavam no meio do terreiro. Os três
chefes de grupo conversavam com alguns moradores da vila; enquanto alguns
soldados da Bahia conversavam com outros cabras.
Em meio aquela
animação, apareceu Balão, ofegante, com suas vestes rasgadas e enérgico;
parecia que viu assombração. Trouxe a notícia da morte de seus companheiros
(Bom de Veras, Amoroso e Cruzeiro) abatidos pela volante sergipana de Zé Luís.
Vendo o risco
de um possível combate, já que estavam presentes naquele momento a caça e o
caçador, Joãozinho Veneno mandou suspender o pé-de-calçada. João Grande, que
não concordava com a entrega dos cangaceiros em troca de anistia, ordena aos
seus homens que se equipassem e guardassem os bons acontecimentos, pois naquele
instante tudo voltaria ao normal.
Com isso, a
briga já estava armada: a volante de Raimundo, somando com o volante José Paes,
acabou ficando do lado dos cangaceiros, dizendo que lutariam contra a
sergipana. E a bala comeu solta. No meio da bagunça, Zé Sereno se refugiou
dentro da casa de Veneno, acabando por ser cercado pelo soldado João Batista.
Por ser uma moradia de cômodos pequenos e pelos equipamentos usados pelo
cangaceiro (embornais, cartucheiras entre outros), Zé fica
"entracado", não conseguindo se mexer. Cansado, pede socorro ao
bandoleiro Cacheado, que liquida o militar com um tiro na testa.
Na hora da
fuga, José Ribeiro Filho (o Zé Sereno) pede que José Paes os guiasse para fora
da cidade, pois não conheciam muito a região. O soldado cumpriu de bom grado,
direcionando, na maior segurança, os cangaceiros. Sem mais e nem menos, Sereno
mata o policial de forma covarde, pelas costas, e ainda queria matar o cabo
Raimundo - mesmo sabendo que estes estavam os apoiando -.
Vendo isso,
Corisco segura o velho companheiro e diz, “tu tá doido, é? Eles estavam nos
ajudano, home! Vou até pagá as balas qui eles gastaro pra nos defendê!".
E, assim, José
Ribeiro com seu grupo segue destino a Jeremoabo, se entregando no dia 19 de
outubro; enquanto Labareda e Corisco desistem da proposta de Anníbal e vagam na
espinhosa caatinga. No acontecimento do dia 15 de outubro, Sereno pratica seu
último crime, de forma covarde, cruel e de extrema maldade; pagando com o mal o
bem que o soldado fez.
𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆:
𝐿𝑎𝑚𝑝𝑖𝑎̃𝑜
𝑒
𝑜
𝐶𝑎𝑛𝑔𝑎𝑐̧𝑜
𝑛𝑎
𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑜𝑔𝑟𝑎𝑓𝑖𝑎
𝑑𝑒
𝑆𝑒𝑟𝑔𝑖𝑝𝑒
- 𝐴𝑟𝑐𝒉𝑖𝑚𝑒𝑑𝑒𝑠
𝑀𝑎𝑟𝑞𝑢𝑒𝑠;
𝐹𝑜𝑟𝑐̧𝑎𝑠
𝑉𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑑𝑒
𝐴
𝑎
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- 𝐵𝑖𝑠𝑚𝑎𝑟𝑐𝑘
𝑀𝑎𝑟𝑡𝑖𝑛𝑠.
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