Por: Cicinato Neto
Em 1982, a Traço Editora lançava "Assim Morreu Lampião", de Antônio Amaury Corrêa de Araújo. Dr. Amaury, como o chamamos, é um dos maiores especialistas da história do cangaço. Teve contato com um grande número de cangaceiros e fez inúmeras visitas ao sertão em busca de informações sobre a epopéia cangaceira.
"Assim Morreu Lampião" proporciona uma leitura muito interessante sobre os últimos dias do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva na grota do Angico, divisa de Sergipe e Alagoas, em julho de 1938. O autor narra, expõe depoimentos de pessoas que testemunharam os acontecimentos e publica fotos clássicas do cangaço.
Estrutura: A grota de Angico; Depoimentos de familiares, depoimentos de cangaceiros; depoimentos de volantes; o coiteiro; O combate; Reconhecimento dos corpos; Análise dos fatos; A morte de Lampião segundo noticiário dos jornais da época; Como morreu Pedro de Cândido.Trecho significativo (edição utilizada: Traço Editora, São Paulo, 1982, p. 51-52):
"As conclusões a que chega
o pesquisador, a luz dos fatos expostos,
são as seguintes:
1) Esclareçamos em primeiro lugar que Angico, que em certos jornais e revistas aparece como sendo uma espécie de fortaleza de Lampião, não era nada disso. Nem mesmo chegava a ser um coito velho (por coito velho, no vocabulário dos cabras, entenda-se lugar de permanência prolongada; como exemplo podemos dar o coito do Cangalêcho, onde morreu Mariano, Pae Véio foi degolado ainda vivo e Pavão também teve ali seu fim, estavam ali a mais de 3 meses) autores afirmam que Lampião quase fizera da Angico, uma fazenda, uma moradia!!!
Como se um cangaceiro pudesse, a seu bél prazer, ficar estacionado, parado, quieto, descançado, muito tempo em algum lugar. Tinha que andar se deslocando constantemente para confundir as volantes e escapar a sua perseguição.
Lampião, com sua grei, chegara de Alagoas no dia 26, essa é que é a verdade, ou um pouco antes, no dia 21 de julho.
Zé Sereno,
Cila, Criança
e Dadá foi a essa terceira visita feita a fatídica grota. As outras duas foram simples paradas, coisa de horas, na realidade foram mais pequenos descansos, pausas ou intervalos em viagens longas e cansativas.Ouvisse Lampião seus lugares tenentes e não morreria ali.
o pesquisador, a luz dos fatos expostos,
são as seguintes:
1) Esclareçamos em primeiro lugar que Angico, que em certos jornais e revistas aparece como sendo uma espécie de fortaleza de Lampião, não era nada disso. Nem mesmo chegava a ser um coito velho (por coito velho, no vocabulário dos cabras, entenda-se lugar de permanência prolongada; como exemplo podemos dar o coito do Cangalêcho, onde morreu Mariano, Pae Véio foi degolado ainda vivo e Pavão também teve ali seu fim, estavam ali a mais de 3 meses) autores afirmam que Lampião quase fizera da Angico, uma fazenda, uma moradia!!!
A foto aparece Zepelim, mas é o cangaceiro Pavão
Como se um cangaceiro pudesse, a seu bél prazer, ficar estacionado, parado, quieto, descançado, muito tempo em algum lugar. Tinha que andar se deslocando constantemente para confundir as volantes e escapar a sua perseguição.
Lampião, com sua grei, chegara de Alagoas no dia 26, essa é que é a verdade, ou um pouco antes, no dia 21 de julho.
Segundo
Zé Sereno,
Cila, Criança
e Dadá foi a essa terceira visita feita a fatídica grota. As outras duas foram simples paradas, coisa de horas, na realidade foram mais pequenos descansos, pausas ou intervalos em viagens longas e cansativas.Ouvisse Lampião seus lugares tenentes e não morreria ali.
Corisco não gostara da localização do coito nem de suas possibilidades de defesa ou fuga.
Zé Sereno não gostara dali por outra razão, duvidava da fidelidade do coiteiro Pedro, de Cândido.
Mas Pedro não traia Lampião. O vaqueiro alagoano, Joca, da fazenda Capim foi (segundo o soldado Santo, da volante de João Bezerra) o delator que causou com a prisão e tortura de Pedro, a morte de Lampião".
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