Por: Matheus Ferreira
Os constantes ataques sofridos, as baixas que ocorreram no bando e principalmente a necessidade de sobrevivência fizeram com que Lampião atravessasse o "Velho Chico" e viesse introduzir o Cangaço lampiônico nas terras da Bahia e Sergipe.
O bando que antes era composto por diversos membros se fragmenta em pequenos, cada um por sua vez com a sua liderança, das divisões ocorridas, um grupo ficou sob o comando de
Corisco,
outro por Zé Sereno, enfim... Lampião atravessa o rio São Francisco e vem parar em terras baianas. Cansados e com muita fome Lampião e seus homens não vieram a fim de arruaça, nem de guerra, estavam talvez exaustos dos inúmeros conflitos ocorridos nos sertões de Pernambuco. Segundo Oleone Coelho Fontes, no seu livro Lampião na Bahia, afirma que Lampião quando chega na Bahia visita os coronéis proprietários de terras e as pequenas cidades, é muito bem recebido, afinal, sua fama já corria por todos os cantos do Nordeste, e até poupar a vida dos policiais que guarneciam as cidades ele poupou.
Durante um tempo, a paz existiu, Lampião organizava festas, dançava o xaxado, almoçava com as autoridades, tirava fotos e realmente atraía a atenção de todos por onde passava seu uniforme, os embornais enfeitados o chapéu em forma de meia lua, os longos punhais, os estampados lenços de seda, os fuzis, atraíam a atenção de todos e fazia a alegria da meninada. Depois de certo tempo que não durou muito, as volantes baianas organizam uma emboscada, no intuito talvez de se destacar ao prender um dos bandidos mais procurados do país.
Na tentativa frustrada, são surpreendidos pela enorme experiência e qualidade quando se tratava de guerrilha nos sertões do Nordeste, e aquele homem que antes era tido como uma "lenda viva", agora se tornava um dos inimigos mais temíveis que a Bahia conheceu, inicia-se assim, os ataques, os assassinatos brutais, os estupros e a impunidade, porque a falta de experiência das volantes baianas no combate ao cangaço era tão grande que permitia que Lampião ditasse as regras do jogo como exemplo o massacre ocorrido no município de Queimadas, a 300 km da capital baiana.
Para melhor combater o cangaço, a polícia baiana se viu na necessidade de buscar a ajuda de quem a tempos conhecia o problema, a polícia pernambucana, a partir daí... é modificado desde comandantes antigos até o uniforme utilizado pelas volantes que por sinal se torna bastante similar ao dos cangaceiros, como já era utilizado em Pernambuco dificultando o reconhecimento das pessoas, há quem diga que durante as perseguições as volantes se comportaram tão quanto ou pior do que os cangaceiros, e quem realmente estava sendo prejudicado eram os pobres sertanejos que se viram no meio de um fogo cruzado, de uma terra sem leis, que podemos chamar de Nordeste do Cangaço.
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