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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Apolonio Salles, Um Nordestino de Valor

Por: João de Sousa Lima

Apolônio Jorge de Farias Salles, ou simplesmente Apolônio Salles, filho de José Francisco de Farias e Maria Augusta de Jorge Salles, nasceu em 24 de agosto de 1902. Casado com Isabel Irene Dias Salles teve sete filhos: Mauro Bento, Luís Marcelo, Apolônio, Izabel, Maria Regina, Maria de Fátima e Cláudio José.
Fez seu curso primário no Colégio Municipal de Altinho, completando o curso secundário no Colégio São Bento, em Olinda. Formou-se em agronomia pela Escola Superior de Agricultura de São Bento, turma de 1923, mantida pelos monges beneditinos, então localizada no santuário ecológico do Engenho São Bento, em São Lourenço da Mata, Pernambuco.

Exerceu por muitos anos o magistério naquela escola, ocupando diversas cadeiras, sendo aposentado como Professor Catedrático de Agricultura e Genética, pela Escola Superior de Agricultura de Pernambuco.

Nomeado engenheiro-agrônomo da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio de Pernambuco, desempenhou, além de outros cargos, o de chefe do Serviço Estadual de Cana-de-açúcar, sendo introdutor de modernas técnicas de irrigação na Usina Catende, em Pernambuco.

Como Secretário de Agricultura de Pernambuco, entre outros eventos, implantou postos de criação de animais em diversos municípios, usinas de recebimento, resfriamento e distribuição de leite, serviços de avicultura e de piscicultura e o Parque de Exposição de Animais, em Recife.

Ministro da Agricultura por duas vezes, assinou diversos acordos internacionais para a produção de borracha, criou a Superintendência do Vale Amazônico, o Banco de Crédito da Borracha Amazônica, o Banco Nacional de Crédito Cooperativo, reorganizou o serviço de meteorologia e o Centro Nacional de Ensino
e Pesquisa, elaborou o Plano de Mecanização da Lavoura e criou o Núcleo Colonial
Agro-Industrial do São Francisco, em Petrolândia.

Ainda, como Ministro da Agricultura, lançou uma campanha em prol da exploração da cachoeira de Paulo Afonso, com um projeto prevendo a construção de uma usina piloto de 5Mw para auxiliar a construção de uma grande usina capaz de resolver o déficit energético do Nordeste. Não tardou Apolônio Salles, a receber de um grupo de economistas sulistas apoiados pelas correntes políticas então dominantes no país, forte pressão, “defendendo a tese de que os novos empreendimentos de geração de energia elétrica deveriam ser realizados no sudeste, onde a demanda era maior e já vinha ocorrendo racionamento”. Não desistiu. Vai aos Estados Unidos, e traz valiosas informações sobre o Tennessee Valley Authority (TVA), primeiro órgão governamental norte-americano de desenvolvimento regional.

Elaborou um anteprojeto de criação, levando-o ao presidente Getúlio Vargas, que não apenas convencido, mas, também entusiasmado com os argumentos apresentados por Apolônio Salles, assina o Decreto de Lei nº 8031, de 3 de Outubro de 1945, autorizando a criação da Companhia Hidro Elétrica do Rio São Francisco (CHESF). O Ministério da Agricultura abre um crédito especial de duzentos milhões de cruzeiros para subscrição de ações e concede licença a CHESF, pelo prazo de cinqüenta anos, para efetuar o aproveitamento progressivo da energia hidráulica de São Francisco, entre Juazeiro(BA) e Piranhas(AL).

Apolônio Salles, como importante pessoa política, foi eleito e reeleito senador, sendo líder da maioria, vice-presidente e presidente do Senado Federal.

Oportuno relembrar os idos de julho de 1946, quando Apolônio Salles fez o lançamento oficial da campanha do aproveitamento da energia da Cachoeira de Paulo Afonso, a convite do Diretório Acadêmico de Agronomia da Escola Superior de Agricultura de Pernambuco, então presidido pelo Acadêmico Lindalvo Virginio de Faria, hoje, Membro da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica.

Inegavelmente, o visionário, o obstinado e o combativo Apolônio Jorge de Farias Salles, como técnico, educador e político merecem figurar eternamente na galeria dos benfeitores do Nordeste e do Brasil.
Artigo enviado para este blog pelo autor:
 João de Sousa Lima

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