Cego Aderaldo e o grupo musical que o acompanhava
nas suas apresentações (Acervo de Rosemberg Cariry)
A VASTA VISÃO DO CANTADOR CEGO ADERALDO
Por: Cláudio Portella
Comum, em minha infância, apelidarmos as crianças que usavam óculos – nossos amigos de sala de aula, das brincadeiras em final de tarde na nossa rua – de Cego Aderaldo. Os nerds de hoje, por conta dos óculos, são os Cegos Aderaldo de minha infância. Temo o apelido se extinguir, nos novos tempos de nerds e de grande crescimento tecnológico.
Toda vez que chamarmos alguém de Cego Aderaldo estaremos, mesmo inconsciente, evocando a figura do fenomenal cantador.
Cego Aderaldo nunca escreveu um livro – o mais próximo a que chegou foi narrar sua história ao escritor Eduardo Campos -, sequer um cordel. Quase não sabia ler, mas assinava o nome, compunha acrósticos e aprendeu a ler em Braille. Para saber as horas, usava um relógio com o mostrador em alto relevo. Tinha o verso preciso, a palavra justa. Foi um cantador itinerante, um artista do bom improviso. Aos acordes de sua viola, seu cantar era exato, redondo, suas rimas perfeitas. Não se repetia. Daí sua enorme vantagem sobre os demais cantadores. Seu vocabulário era fácil, acessível a todos. Sua palavra, cantada, tinha muita força simbólica.
A obra de Cego Aderaldo é um manancial de ricos achados orais. Foi estudada por grandes mestres folcloristas: Luis da Câmara Cascudo, Edson Carneiro, Leonardo Mota, Alceu Maynar de Araújo etc.
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