Foto: Um ano após a emboscada, o legista Charles Pittex segura as cabeças mumificadas de Lampião e Maria Bonita.
74 anos atrás, o bando mais conhecido entre os cangaceiros do nordeste brasileiro foi morto em uma emboscada.
Até hoje o cangaço é estudado com diversos pontos de vista. Se por um lado Lampião era sanguinário com seus inimigos e por muitas vezes vitimava inocentes, por outro, ele representava a classe pobre de uma população oprimida que não tinha muita expectativa de ascender socialmente. Para os marxistas, um exemplo claro da luta de classes.
Sem outras alternativas e sabendo que esse estado de coisas continuaria os grupos de rebeldes procuraram em si mesmos os meios para tentar mudanças, instigados pelo analfabetismo, pela fome, pela falta de futuro melhor, pelos anos sucessivos de seca, pelo descaso das autoridades e pela participação, muitas vezes infeliz, da Igreja Católica.
Lampião nunca foi um líder de rebeliões ou um ídolo que servisse para a formação de camponeses revoltados. Política nunca foi parte de sua vida. Mas as populações humilhadas e ofendidas viam em Lampião um exemplo, naquele meio termo entre temer o que ele era e querer ser igual a ele, quase a justificar sua existência de bandoleiro errante.
Lampião subverteu a ordem imposta, mesmo que não fosse esse seu objetivo. Latifúndios que, durante décadas e até mesmo séculos imaginavam-se intocáveis, sentiram o peso de sua presença e o terror das consequências do não atendimento de suas exigências.
Passando para lhe enviar mais esse post e agradecer pelo apoio do amigo. Quanto a origem do nome Lamego, irei responder no comentário que você fez lá no meu blog. Assim que puder passe por lá.
ResponderExcluirAbraços e um ótimo domingo! :-)