Poucos foram
os que escaparam da morte na chacina que dizimou o bando de Lampião em 28 de
julho de 1938, mostraremos aqui histórias de alguns sobreviventes ainda vivos
ou falecidos recentemente.
Os cangaceiros Moreno e Durvalina - falecidos
Moreno e
Durvalina "Durvinha" fugiram para Minas Gerais após o ataque.
Passaram dois anos fugindo a pé até chegarem em Minas, onde mudaram de identidade e fizeram pacto
de silencio, nem mesmo os filhos conheciam sua história. Durvinha entrou no
cangaço por conta da paixão que sentia por Virgínio, cunhado de lampião.
Após sua
morte, foi tomada como esposa por Moreno, com quem teve seis filhos, e dois com
o cangaceiro Virgínio, que foram levados por coiteiros para adoção. Após 72
anos de união e 94 anos de idade, Durvinha faleceu em 01 de julho de 2008. Moreno faleceu no dia 6 de Setembro de 2010.
G1.globo.com
Aristéia
Soares de Lima, a "Aristér", entrou para o cangaço porque os volantes
perseguiam sua família, batiam no pai, no irmão e nos tios, tendo um deles
morrido após ser espancado pela polícia. “Meu pai apanhou, meu irmão e um tio
meu morreu de pisa porque a polícia achava que a gente era ‘coiteiro’, e
ninguém era. Ou corria ou a polícia matava; foi por isso que eu entrei para o
cangaço”. Era casada com Cícero Garrincha, cangaceiro conhecido como
Catingueira, única pessoa que diz ter visto morrer após ser baleado pelos
volantes. Perdeu também sua irmã Eleonora, que era casada com o cangaceiro
Serra Branca, após esses fatos, recusou a proposta de Cruzeiro para que ela
passasse a ser sua esposa e grávida de seu primeiro filho se entregou a
polícia, onde presa, viu as cabeças de Lampião e Maria Bonita serem expostas.
Seu filho foi dado a umas tias, para que o criassem.
A cangaceira Sila
Ilda Ribeiro de Sousa, a Sila, foi tomada como esposa por Zé Sereno e viveu dois anos no cangaço. Conseguiu escapar do massacre e viveu até 2005, quando veio a falecer no dia 14 de abril em São Paulo. Apesar de ter ido contra sua vontade e não ter noção do que era o cangaço, Sila acha que não era um movimento revolucionário, naquela época ninguém pensava assim, nem Lampião. Era o jeito de sobreviverem sem obedecer aos coronéis. Ela achava que aquilo não era vida de gente, mas não tinha saída. Sila entrou no espírito do grupo, andava com um punhal e uma pistola "máuser" pequenininha, que dava cinco tiros, igual à de Maria Bonita. Mas só usou uma vez, para libertar Zé Sereno, que entrou em uma casa e um homem o derrubou no chão. Por causa do peso do armamento, quando um cangaceiro caía, era difícil levantar. Sila chegou na hora, pegou a pistola e falou: "Se não soltar ele agora, eu mato", "Depois Zé falava para todo mundo que, se não fosse eu, ele tinha morrido".
O cangaceiro Gandeeiro
Manoel Dantas
Loyola, o Candeeiro, trabalhava em uma fazenda em Alagoas quando um grupo de
homens ligados a Lampião chegou ao local. Pouco tempo depois, a propriedade
ficou cercada por uma volante e ele preferiu seguir com os cangaceiros para não
ser morto. No primeiro combate com os “macacos”, Candeeiro foi ferido na coxa.
“Era muita bala no pé do ouvido”, lembra. O buraco de bala foi fechado com
farinha peneirada e pimenta. Candeeiro viveu quase dois anos no bando, tinha a
função de entregar as cartas escritas por Lampião exigindo dinheiro de grandes
fazendeiros e comerciantes. Sempre retornava com o pedido atendido. Mesmo
ferido, conseguiu fugir da chacina e dias depois, com a promessa de ser não ser
morto, entregou-se em Jeremoabo, na Bahia, com o braço na tipóia. Com ele, mais
16 cangaceiros. Cumpriu dois anos de prisão e em seguida volta para sua terra
natal onde se afalbetiza, hoje, Manoel Dantas Loyola, ou somente "Seu
Né", vive como comerciante aposentado na vila São Domingos, distrito de
sua cidade natal.
Nota: Destes cangaceiros somente Candeeiro ainda está vivo, e mora em Buíque no Estado de Pernambuco. Além dele ainda estão vivos: Dulce e o cangaceiro Vinte e Cinco, que mora em Alagoas.
Fonte: Revista Muito
Postado por Atemporal, Olhar Cultural
http://atemporarlolharcultura.blogspot.com
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