Material do acervo do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas
A negação da
justiça e a persistência dela traz a revolta para os oprimidos. Isso se deu no
passado e se dá hoje no presente. Lá naqueles anos, o país saindo de uma
Monarquia e entrando na República surgiram as autoridades dos coronéis.
Na proclamação
da República em 1889 em diante foi implantado no Brasil o regime federalista, e
este veio a favorecer a uma grande autonomia às províncias, fortalecendo
as oligarquias regionais.
O poder dessas
oligarquias regionais de coronéis veio a ser mais fortalecida com a
política dos governadores iniciada pelo Presidente Campos Sales, o quarto
presidente da República. Através da Política dos Estados, obteve o apoio
do Congresso através de relações de apoio mútuo e favorecimento político entre
o governo central, representado pelos presidentes da república e os estados,
representados pelos respectivos governadores, e municípios, representados pelos
coronéis. O poder de cada coronel era medido pelo número de aliados que
tinha e pelo tamanho de seu exército particular de jagunços.
Nos estados
mais pobres, como Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas os
coronéis não eram suficientemente ricos e poderosos para impedir a formação de
bandos armados independentes. Foi nesse ambiente que nasceu e prosperou o bando
de Lampião, nos anos 1920, coincidindo o seu surgimento com a crise da
República Velha.
Todos conhecem
a história de Lampião. Mas nem todos entendem a política daquela época e o que
levou tanto a ele quanto a muitos outros, enveredarem pelo caminho fora da lei.
Abaixo uma
matéria do Jornal O Globo de 24 de janeiro de 1930 onde o bando de Lampião era
o mais poderoso grupo de cangaceiros no nordeste brasileiro.
http://meneleu.blogspot.com.br/2014/09/lampiao-cresceu-na-crise-da-republica.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário