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domingo, 10 de maio de 2015

O CANGACEIRO ESPERANÇA AINDA NA PRISÃO EM VÁRZEA DA EMA

Por João de Sousa Lima

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http://www.joaodesousalima.com/2013/02/cangaceiro-esperanca-sua-prisao-e-sua.html


O cangaceiro Esperança quando preso, já atendendo agora por Mamede, seu nome real, encontrou com o jovem sobrinho José Gonçalves Varjão, apelidado de Pororô e lhe confidenciou que na frondosa árvore lateral a casa de sua família, enterrado próximo ao seu tronco, tinha um material guardado e que ele tirasse e entregasse a seu pai. 

Izidoro, João Lima e José Pororô. Sobrinhos de Esperança abraçando 
o escritor João de Sousa Lima.

Pororô procurou ao redor da árvore mais diante da pouca idade não encontrou forças para continuar a empreitada de escavação no duro chão de cascalhos. O tempo passou, Pororô cresceu e retornando certo dia de uma caçada, quando se aproximava de sua velha residência, viu quando seu cachorro passou acuando um preá, o cachorro parou próximo a antiga e frondosa árvore, Pororô se aproximou e viu o cão rosnando e olhando para um pé de macambira, Pororô tirou a cactácea e avistou uma lajota cobrindo um buraco, tirou a pedra, o preá correu com o cachorro latindo atrás, Pororô puxou um tecido em farrapos que cobriam algumas peças, entre elas: 

Colher de prata de Esperança presenteada ao escritor João de Sousa Lima pelo sobrinho do cangaceiro.

Uma colher de prata, 160 cartuchos de fuzil, um punhal, uma espora e algumas moedas. Era esse o tesouro de Esperança que ele havia pedido para o sobrinho guardar. 

Detalhes do punhal e da colher de prata.

Pororô vendeu os cartuchos a um dos prefeitos de Macururé. A colher de prata, algumas moedas, o punhal e uma das esporas ele me presenteou. Na colher encontramos as letras: MA. Talvez o cangaceiro tenha tentado escrever seu verdadeiro nome: MAMEDE. No punhal tem um “NA” ou “NH”.

Ludugero, tio de Esperança, dono da fazenda Quirino.

Pororô ainda reside e seu irmão Izidoro ainda residem no São Francisco e os Quirino é herança que ficou com a família. Aquele longínquo pedaço de chão ainda guarda as histórias do cangaço vivido em suas terras, memórias ainda latentes de um tempo que teima em não ser esquecido e nem deve...

Escritor, Pesquisador, autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC - Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. Telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 - email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br

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