LAMPIÃO EM
PATOS
Em março de
1924, Lampião e nove de seus homens seguem em direção a serra do Catolé, nos
limites de Vila Bela (Serra Talhada) com a Paraíba e ficam ali acampados.
Informados de operações dos cangaceiros naquela região, várias volantes começam
a reunir-se nas imediações da Lagoa do Vieira (PE), com o objetivo de
intercepta-los. Ali estavam três volantes, com cerca de cem soldados,
comandadas pelo major Teófanes Torres, de Vila Bela. Alguns soldados, ao se
dirigirem para o local do encontro, defrontaram-se com Virgulino e mais dois
homens. Iniciaram o tiroteio e o chefe dos cangaceiros foi atingido por um tiro
no pé esquerdo, abandonando o combate que foi engrossando com a chegada dos
outros cangaceiros e das volantes. Lampião ficou ferido, isolado de seu grupo,
escondido em uma moita de arbustos justamente no local de passagem das
volantes. Teria sido fácil encontrá-los pelas marcas de sangue nas folhagens,
se não fosse o socorro prestado por alguns cangaceiros, liderado por Antônio
Rosa, que desviou a atenção da polícia, levando-a para outra direção.
Passou ali
dois dias sem socorro. Quando foi encontrado por seus companheiros, já estava
bastante enfraquecido, febril e apresentava o membro inferior bastante
infeccionado e cheio de vermes. Fizeram os curativos de emergência usando
creolina e ácido fênico e buscaram reanimar suas forças com alimentação à base
de leite, angu e rapadura.
No terceiro dia, seu irmão Antônio Ferreira o levou
para uma gruta – que ficou conhecida como a Gruta do Cangaceiro –, localizada no
pé da Serra das Abóboras, que extrema com a Serra da Bernarda.
Deixando seu
irmão em bons cuidados, partiu Antônio Ferreira, a toda a brida, para Princesa,
onde participou ao coronel Zé Pereira o ocorrido.
Coronel José Pereira de Lima - Princesa-PB
Em 3 de abril, cinco dias depois, Antônio Ferreira retorna com um grande grupo
armado, fornecido pelo coronel Zé Pereira, para, com segurança, transportar
Lampião até a fazenda de seu cunhado Marcolino Pereira Diniz, no Saco dos
Caçulas, em Patos de Princesa.
Um cidadão de nome José Alves Evangelista, cedeu sua casa nova para a
hospedagem de Lampião. Estava se preparando para casar, construíra a casa e
ainda não a tinha habitado.
Ali, Lampião
foi operado pelo médico Dr. Severiano Diniz, que fez a recomposição dos ossos esfacheados da perna. Esse médico acompanhou o tratamento por três meses, e
também na convalescença. O Dr. José Cordeiro de Lima, de Triunfo também
assistia ao enfermo.
Os cangaceiros, em lugares estratégicos como o Livramento, o Pau Ferrado, além
do Saco, montavam rigorosa vigilância para que nada atrapalhasse a recuperação
de seu Chefe.
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