Seguidores

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

LAMPIÃO É NOSSO SANGUE O DRAMA DE LAMPIÃO ANALISADO POR UM ÂNGULO DIFERENTE - PARTE II


JOÃO FERREIRA reviu terras que não pisava havia 37 anos, O único irmão de "Lampião" que não ingressou no cangaço vive hoje na cidade de Propriá, no Estado de Sergipe, levando a vida honesta que sempre levou. Sofreu bastante por ser irmão de "Lampião". 


PARA OS OUTROS A MORTE DE "LAMPIÃO" FOI UM BEM, UM ALIVIO.

ESTA REVISTA proporcionou a João Ferreira uma viagem de automóvel que ele jamais sonhara realizar. 

NO ALTO SERTÃO de Pernambuco João abraçou parentes que não via desde os seus quinze anos de idade.

NÃO HAVIA choro quando partia. Estivera ausente 37 anos. E ausência é madrasta de apego. 

JOÃO FERREIRA mandou cortar um galho de árvore e fazer urna cruz. Fincou-a no local onde jazera o corpo do mano. Foi recolher flores silvestres e veio depositá-los ao pé da cruz. Para homenagear o irmão. 

A iniciativa de O CRUZEIRO proporcionou a João Ferreira uma jornada sentimental que ele jamais sonhara realizar Esse homem alto, careca, desconfiado, das fotografias ao lado, passou seis dias em cima dum automóvel, varando 2.000 km de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Vocês precisavam ver que arroubos de entusiasmo o alto sertão arrancava de João. Como seus olhos brilhavam. Como o semblante irradiava alegria, pelo menos enquanto ele podia esquecer as razões que o haviam afastado das terras de seu bem-querer. 

No município de Serra Talhada, em Pernambuco, ele abraçou parentes que não via desde os seus 15 anos de idade. E ele agora está com 52 anos. Levado à Fazenda Serra Vermelha, onde nasceu, e onde também nasceu "Lampião", João Ferreira encontrou xique-xique brotando nas ruínas do casarão de sua infância. Voltou-se para mim e disse com desalento: "A vida é assim mesmo..." Há 37 anos não pisava ali. Pensava que ia morrer sem voltar. Conversava (incógnito) com os novos donos da terra, fazia perguntas sobre a vida na fazenda. Tudo agora lhe parecia diferente. Não havia mais aquela atmosfera dos seus tempos de menino, dos seus tempos de rapaz. Não havia mais.


O ADVOGADO pernambucano Antônio Ferreira Magalhães, primo de "Lampião". 

 

"LAMPIA0" - MOÇO

Virgulino Ferreira do Sirva aos 26 anos de idade, numa fotografia rara que se encontrava em poder do umas tias, em Pernambuco. Foi nessa época que ele recebeu a "patente" de capitão das mãos de Padre Cícero, do Juazeiro do Norte. Reparar o olho direito cego. 


João VIAJANDO de barco, ouvia histórias sobre os últimos dias de "Lampião". À direita, deitado, o primo Manuel.

EM ANGICO desembarcou para ver a local onde, há 15 anos, o seu mono foi traído, morto e decapitado.

EM DELMIRO, na casa da mana Mocinha, tomou leite no pé da vaca (com farinha). 

EM SERRA Talhada, João Ferreira viu xique-xique brotando nas ruínas do casarão onde "Lampião" nasceu. 
  

"O CRUZEIRO" DESCOBRE EM ARACAJU A FILHA E O NETO DE MARIA BONITA. NUNCA FORAM FOTOGRAFADOS.


A FILHA, O NETO, E O GENRO DE LAMPIAO, Expedita, ao lado de seu esposo Manuel Messias Neto, segura o filhinho Dejair, de 9 meses de idade, neto de "Lampião". Pela primeira vez a família posou para o objetiva de um repórter. 


A FILHA DE "LAMPIAO"

Expedita Ferreira Nunes, que a família Ferreira aponta como única filha deixada por "Lampião" com Maria Bonita, foi localizado pelo repórter em Aracaju. É uma jovem esposa e mãe, com 21 anos de idade. Normal. Bonita. De tez morena. Foi educada por João Ferreira e, seguindo o exemplo de seu tio, não gosta de falar sobre "Lampião". Mas lê tudo que se publica sobre seu pai e até mesmo o filme "O Cangaceiro" ela foi ver e não gostou. Ela guardava a edição de O CRUZEIRO com a reportagem de João Martins sabre "Lampião". Expedita revê uma fotografia usado por Martins naquela reportagem. 

DIZIA-SE que "Lampião" e Maria Bonita haviam deixado um filho. João Ferreira nega, assinando a declaração cujo "facsímile" estampamos abaixo:


"Declaro ao repórter Luciano Carneiro que a senhora Expedita Ferreira Nunes, de 21 anos de idade, esposa do sr. Manoel Messias Nunes, 4 filhas de meu irmão Virgolino Ferreira da Silva, vulgo Lampeão, e de sua companheira Maria Bonita. Quando ela nasceu Virgolino me pediu que eu a fizesse uma mulher de bem. Ele não estava em condições de fazê-lo. Não me consta que alem de Expedita, tivesse havido qualquer filho da união de Virgolino e Maria Bonita. Se houve, se há, eu nunca soube."

RECIFE, 19 de Agosto de 1953 

CONTINUA...

http://meneleu.blogspot.com.br/2016/02/lampiao-e-nosso-sangue.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário