Este breve relato pretende tão somente, registrar alguns episódios ocorridos
no povoado Juazeiro e que deu lugar a dezenas de interpretações descabíveis.
O suposto milagre fez eclodir o movimento. Em 1º de março de 1889, Padre Cícero Romão Batista ministrava a comunhão aos fiéis, entre eles, a Beata Maria de Araújo, que ao receber a Hóstia, a mesma se transformou em sangue. O impacto popular foi tão grande que o Capelão Cícero não pode conter o alvoroço dentro e fora da capelinha.
Fotos - Acervo Vilma Maciel
Ele, que havia chegado ao lugarejo de população reduzida, em 11 de abril de
1872, no intuito de cumprir seus deveres de jovem sacerdote recém ordenado.
Ficou perplexo e apreensivo.
O impacto desse “fato” foi importante para o juazeiro e para a Região do Cariri.
Fotos - Acervo Vilma Maciel
A peregrinação foi o principal veículo da expansão demográfica e econômica de Juazeiro.
Fotos Acervo Vilma Maciel
Essa massa, quase todos pobres, sentiam a carência sofrida pela miséria. Vinham em busca de recuperação espiritual, moral e corporal. Entre eles, analfabetos, aproveitadores, mascotes e pessoas de várias classes sociais. Daí um crescente número de marginais se misturava aos novos moradores da “Terra Santa”.
Foto - Acervo Vilma Maciel
A edêmica carência de justiça no Brasil levava criminosos e vítimas de crime a procurarem o conselho do Padre Cícero.
O período Oligárquico, “burguês” correspondeu ao período do poder estadual exercido por Floro Bartolomeu que atuou (1913-1926) no cariri.
Foto - Acervo Vilma Maciel
O papel que Dr. Floro desempenhou na política da região foi sem dúvida de suma
importância para o desenvolvimento econômico do cariri e principalmente no
Juazeiro do Norte, o que fez com que o Padre Cícero visse nesse poder uma alternativa para resolver os problemas econômicos e urbanos da cidade.
Com o crescimento urbano veio Também do ponto de vista social os maiores problemas: O aumento do banditismo, vícios, jogos, prostituição e fanatismo.
Fotos - Acervo Vilma Maciel
O Patriarca apelava para os conselhos pacifistas, não queria desordem social e
pregava a devoção a Mãe das Dores. Objetivava governar o município com
elementos de ordem, paz e organização.
Por outro lado, Floro mantinha o poder da máquina pública Federal a seu favor para manter a ordem urbana. Sabemos que o sistema hierárquico do coronelismo político, tinha a seu favor a troca pelo apoio eleitoral, essa era a oportunidade para o crescimento de qualquer região.
Fotos - Acervo Vilma Maciel
Durante o período de seca (1919), a violência reinava no Juazeiro. Crescia na região uma sociedade de flagelantes,e uma instituição religiosa que existira no Cariri mesmo antes da chegada do Padre Cícero em 1872.
Por ordem do Deputado Federal, Floro, os penitentes foram expulsos. Em Juazeiro existia esta seita milenarista de nome “Hostes Celestiais”. Cujos membros adotavam nomes de santos e viviam em abstinência sexual, alojados no Horto.
Foram queimados em praças públicas de Juazeiro, todas Vestes religiosas e paramentos cerimoniais dos adeptos e flagelantes. Por ordem de Floro. Esses pobres considerados Fanáticos eram mandados para o trabalho forçado. A Morte dos três membros de nomes: São Anastácio, São Pedro e São Cosmo, foi atribuída ao Deputado Dr Floro. (Porém não existe processo contra ele sobre esse fato)
Em 1921, Floro agiu também de forma decisiva: Padre Cícero havia encarregado o Beato José Lourenço de tomar conta de um dos possantes touros seu, “O Boi Mansinho”. Os seguidores do Beato Havia atribuídos ao animal poderes curativos na sua urina. Floro se revoltou, deu ordem para que o touro fosse morto em plena praça pública e sua carne vendida.
Na realidade, o papel social a religioso do Beato José Lourenço foi de iniciador de uma reforma agrária comunitária; (No Caldeirão)
Fonte: Della Cava, Ralph. Milagre em Juazeiro, Paz e Terra 1976
Foto: acervo
Vilma Maciel
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1060817890677171&set=pcb.1060838107341816&type=3&theater
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário