Por Guilherme Machado
Depois de 50
anos me aparece este que foi um tormento em minha infância pobre e órfã de pai
e mãe... Em 1968 eu já com 8 anos de idade, internado no colégio sobre
Filantropia de ordem da Igreja Franciscana! Colégio Liceu de Artes e Oficios da
Bahia sede na rua ladeira do Pelourinho aos fundos da antiga Faculdade de
Medicina da Bahia... Estava eu e um outro companheiro da série matinal da
oficina de marcenaria do colégio, quando entraram várias autoridades na faculdade, dentre elas o professor Estácio
de Lima, onde iam fazer uma última demostração da cabeça do Cangaceiro Lampião.
Foto fonte Prof. Estácio de Lima. texto Guilherme Machado.
Cangaceiro
Lampião para mim, era tudo novidade, eu um garoto de rua, que perambulava pela
baixa dos sapateiros, vivendo ao lado de malandros prostitutas e trombadinhas.
Nunca tinha ouvido falar em Cangaceiros.
Foi quado eu e
o meu amigo Ednelson damos um jeito, de entrar na ente sala onde iam mostrar a
tal cabeça de Lampião. Juro caros amigos, achei que iria ver a cabeça de um
lampião de gás.
Foi quando vir
pela primeira vez a cabeça de um homem sem o corpo. Comecei a mijar no macacão
azul que era a farda do Colégio. E durante messes, não conseguia dormir sem
saber o que era aquela cabeça mumificada de cor preto fosco sem olho e sem
sangue e sem explicação.
Depois de um
ano encontrei por intermédio de um professor o ex-cangaceiro Labareda foi quem
me explicou o significado daquela cabeça sem o corpo.
Labareda
grosso e sem paciência não nos deu muita liberdade, disse que não ia falar com
capitão de areia de Salvador, se quiséssemos saber da verdade que nós fôssemos
até Paripiranga. Anos depois, fui até Paripiranga e nada.
Hoje o que sei
sobre o cangaço agradeço aos livros e muitos grupos de estudiosos do Cangaço.
https://www.facebook.com/groups/ocangaco/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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