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domingo, 19 de maio de 2019

A FOGUEIRA QUE QUEIMOU JURITI


Por Manoel Belarmino
...Manoel Belarmino

Foi já no fim do Cangaço de Lampião que uma trágica morte, assim como outras tantas, aconteceu nas terras de Canindé de São Francisco. A morte do cangaceiro Juriti. Morto em uma fogueira na Fazenda Cuiabá.

O cangaceiro Juriti

Juriti o baiano Manoel Pereira de Azevedo foi um cangaceiro cruel e considerado "um rapaz bonito do cangaço". Logo pegou fama na vida de cangaceiro, como o mais namorador. Sem muita demora, uma mocinha da Pedra D'água, filha de Mané de Áurea, irmã de Dona Delfina da Pedra D'água, não resiste e entra no cangaço para conviver com Juriti.

No Fogo do Angico, naquele 28 de julho de 1938, Juriti e sua companheira Maria estavam lá. E escapam sob as fumaças polvorentas dos tiros da Volante de João Bezerra.

Volante que matou os cangaceiros na Grota do Angico

O Cangaço declina. Acaba. Maria é convencida a se entregar à Polícia de Jeremoabo. É liberada e Juriti também é convencido a se entregar. Também é liberado a viver a vida civil. Livres, Maria de Juriti vai viver com seus familiares no povoado Curituba e Juriti vai para Salvador trabalhar.

Maria e Juriti ao centro da foto

Depois de mais ou menos um ano, em 1941, Juriti não aguenta a saudade e retorna para Canindé de São Francisco. Quer rever os amigos da Pedra D'água e sua companheira Maria de Áurea.

Juriti nem imagina que o carrasco Sargento Deluz, genro de João Marinho do Brejo, ainda estava em Canindé e continuava caçando os cangaceiros. Juriti chega em Canindé pelo rio São Francisco, livre, em trajes de civil e desarmado. Fica uns dias em Canindé e depois vai para a Pedra D'água de Rosalvo Marinho. Dorme ali.

Sargento Deluz

Na hora do café da manhã, o sargento Deluz e seus comandados cercam a casa da Fazenda Pedra D'água. Prendem Juriti. Mesmo preso Juriti xinga Deluz, chama-o de covarde. O sargento transporta Juriti amarrado em uma corda até a fazenda Cuiabá.

Antes de chegar na sede da Fazenda Cuiabá, no pino do meio dia daquela quinta-feira, o sargento Deluz manda seus comandados fazerem uma grande fogueira com madeiras da caatinga. E queima o cangaceiro Juriti, que morre nas chamas daquela grande fogueira de lenhas secas, provavelmente de jurema preta, caatingueira, angico e umburana. Em poucos minutos o corpo de Juriti virou cinzas.


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