Clerisvaldo B. Chagas, 19 de novembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.218
Sobre a famosa foto de onze cabeças dos cangaceiros abatidos na Grota de Angicos, temos a dizer o seguinte: A do próprio dia 28.07.1938, quando as cabeças foram expostas nos degraus da prefeitura de Piranhas. Essa foto reproduzida em maior quantidade enquadra apenas o objetivo: cabeças, pertences e degraus grossos. Quando a foto do mesmo autor (ou não) abre mais um pouco, vemos também, o outro lado da rua com uma pessoa passando defronte a uma fachada de casa tipo comercial, porta larga e fechada. Se a foto for apenas sobre o objetivo, você reconhece ter sido produzida em Piranhas pela altura enorme dos quatro degraus da prefeitura.
Em Santana do Ipanema, policiais fizeram como em Piranhas (30.07.1938). Primeiro apresentaram as onze cabeças, inclusive, a de Lampião e Maria Bonita, em latas de querosene, Depois dispuseram as cabeças em um lençol branco estendido nos degraus da Igrejinha/monumento de Nossa Senhora Assunção, defronte o quartel do batalhão. A foto famosa não tem diferença da foto de Piranhas, uma vez que a formação de cabeças e material apreendido são os mesmos. Quando a foto do mesmo autor (ou não) abre, vê-se ao fundo uma parte do Grupo Padre Francisco Correia e uma parte do quartel. Como reconhecer se a foto é a de Piranhas ou de Santana se as duas só mostram os objetivos? Unicamente pela espessura dos degraus. Os degraus da Igrejinha de Santana do Ipanema são mais finos, menos da metade da espessura dos de Piranhas.
Alguns livros sobre o cangaço trazem as fotos com fundos diferenciados, identificadas na hora. Tornaram-se mais raras por causa da preferência pelos objetivos. Quem quiser pesquisar, mãos à obra. É só mergulhar em mais de mil obras ilustradas e as acharão.
Os mortos querem descanso.
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