Por João Filho de Paula Pessoa
Lampião se impôs a todos com autoridade e gostava de tratar com autoridades, sempre se reportou a estas de igual para igual, tratou com coronéis, prefeitos, juízes, fazendeiros e padres, aos simples sertanejos e pequenos comerciantes impunha rigidamente sua moral, aos policiais e volantes destilava seu desprezo e fúria.
Com todo o autoritarismo que lhe era peculiar, Lampião estabeleceu dentre suas inúmeras estratégicas, a política da persuasão, intimidação e extorsões pelo medo, precedente ao uso da força, mediante seus recados por escritos, seus célebres, temidos e famigerados bilhetes, em que pedia valores aos destinatários, estando implícito as consequências de uma recusa, havendo casos em que estas consequência já iam explicitamente ditas.
Estes bilhetes foram enviados às mais diversas pessoas e autoridades, obtendo um resultado bastante satisfatório, vez que, seu não atendimento, acarretaria prejuízos maiores que os valores pedidos, mediante as depredações e incêndios de fazendas, lavouras, casas, comércios, morte de rebanhos que estariam por vir ou até a mesmo o martírio e a morte, sendo certo que estas consequências viriam, cedo ou tarde.
Também havia os bilhetes pedindo salvo conduto para entrar ou passar por uma cidade ou região, sem combates ou perseguições.
Os bilhetes de Lampião surtiam um eficaz e rentável resultado, tendo ele obtido muitos valores através dos mesmos, sem luta, sem riscos e sem gasto de munição. Estes bilhetes era um tormento pavoroso e agonizante ao destinatário que os recebia, pois a partir daí, seu atendimento tornava-se prioridade em suas providencias, frustra-lo era impensável. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 30/09/2020.
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