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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

QUASE CANGACEIRO.

Por João Filho de Paula Pessoa

O sobrinho de Lampião, José Ferreira, de 17 anos, filho de sua irmã mais velha, D. Virtuosa, que morava em Juazeiro de Norte/Ce., decidiu entrar para o cangaço, à exemplo de seus tios, em virtude de perseguições e pressões que sofria por ser sobrinho de Lampião e para isso contactou com seu tio pedindo para acompanhá-lo em seu bando. Assim, combinaram seu ingresso no Cangaço, marcaram de se encontrar em Angicos onde o bando estaria acampado por alguns dias. Conforme combinado, em Julho de 1938, José Ferreira chegou ao acampamento em Angicos e encontrou com seu tio Lampião, que lhe deu boas vindas, entregando-lhe um rifle, lhe apresentou ao resto de bando e mandou fazer roupas adequadas para que ele se inserisse efetivamente na vida cangaceira. Sendo que, em seu terceiro dia de cangaço, ao nascer do sol, o acampamento foi atacado pelas volantes e Lampião foi eliminado, morrendo ali também o cangaço e com ele sua pretensão de ser cangaceiro, conseguiu fugir, foi preso e libertado, e seguiu numa vida discreta e comum. Em seu depoimento disse “de manhãzinha, eu tinha acabado de lavar o rosto e fui apanhar um cigarro que eu deixara em cima de uma pedra, quando ouvi um tiro, depois outro, todo mundo correndo, eu morto de medo, larguei o rifle que meu tio tinha me dado e caí no mato (Jornal “A Tarde” 02/03/1939)” João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 28/01/2020.

Obs: Nossos Contos também são contados em vídeos no YouTube - Canal Contos do Cangaço. https://www.youtube.com/channel/UCAAecwG7geznsIWODlDJBrA

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