Por Francisco Aleluia*
Acabei de adquirir essa importante obra, uma edição de 1981 pela editora Paz e Terra, trabalho que, há 40 anos vem servindo de base importante para o estudo do cangaço e, da mesma forma, para a produção de outras tantas ao longo dos anos.
As pesquisas para essa obra foram realizadas pelo autor Billy Jaynes nos anos de 1973, 1974 e 1875. A obra Lampião: O rei dos cangaceiros 1981), segundo Jaynes,é baseando em relatos, pesquisas em arquivos e muita entrevistas dadas pelo autor no que ele considera ser a primeira obra a apresentar um relato sistemático e digno de confiança sobre o personagem brasileiro mais discutido e bibiografado do país. Logo no prefacio da obra, Jaynes procurou "[...] apresentar uma versão completa e racional da história deste bandido". (CHANDLER, 1981, p. 13).
Jaynes, ao referir-se sobre a questão de Lampião ser ou não enquadrado dentro do chamando "banditismo social", definição erguida por Hobsbawm (HOSBAWM, Erick J. Bandidos. 5° ed. Río de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017, p. 83-84), questiona: "O problema talvez seja que sua definição não é somente controvertida, mas também desnecessariamente bitolada". (Idem, 272). Hobsbawm chega a considerar esses homens (cangaceiros) como "[...] monstros públicos [...]" (Idem, p. 84) para, depois, cunhar a famosa expressão apresentando-os como sendo "[...] uma variedade especial do banditismo social". (Idem).
Concluindo, Chadler vai de encontro ao ponto de vista popular que alimenta a ideia de que este banditismo rural seria uma espécie de protesto social contra a ignorância, a pobreza, a busca de vingança e a injustiça da sociedade sertaneja. No mais, Chadler nos brindou com uma obra que, há 40 anos, já nos trazia questionamentos importantes e sempre atuais para o estudo e debate acerca do banditismo e do Cangaço Lampiônico no Brasil.
(*) Francisco Aleluia é funcionário público estadual e graduado en História.
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