Por José Mendes Pereira.
Pensando bem,
é verdade o que afirma o escritor Rostand Medeiros, que muitas histórias sobre o
cangaço são motivos de piadas, mesmo por depoentes que tentaram enfeitar o que
aconteceu no movimento social dos cangaceiros, e principalmente, no dia que os
cangaceiros foram chacinados.
As respostas
do cangaceiro Balão, ao repórter da "Revista Realidade", em novembro de 1973, foram
mais do que fantasiadas, muito embora, existem outras que têm fundamentos.
Existem informações, que quem armava Lampião, era o tenente João Bezerra da Silva, mas na minha humilde opinião, não há fundamento, uma razão é que: qual é o inimigo que arma o seu próprio adversário para depois arriscar a vida? Só em vídeo game, quando muitos morrem e depois voltam a viver novamente para darem inícios aos ataques.
O coiteiro Mané Félix, pessoa de alta confiança do rei do cangaço capitão Lampião, disse coisa com coisa, e eu acredito que ele deu uma deslizadinha, não tão pequeninha, quando afirma que Luiz Pedro meteu uma palmadinha meio forte nas nádegas de Maria Bonita, e o capitão Lampião que assistia de camarote não disse nada.
Leia:
"Nessa
tarde - dizia o coiteiro Mané Félix ao reporte da "Revista Realidade" - por
sinal, depois de "caçoar" com Luiz Pedro, deixando de fazê-lo somente
no momento em que se dirigia para o riacho, o bandoleiro que estava sentado
sobre uma pedra, deu-lhe uma palmada mais ou menos forte nas nádegas (de Maria
Bonita), fazendo-a correr na direção do pequeno córrego, enquanto Lampião que a
tudo assistia, sorriu como se nada tivesse acontecido".
Quando se respeita alguém, não há brincadeiras. O respeito de todos os cangaceiros com Maria Bonita e com Lampião, era preservado. Lampião era na verdade um empresário, pois se contratava alguém, tinha a sua empresa, muito embora, para ele, do bem, e para nós, do mal.
Qual é o patrão que se mistura com os seus funcionários? Nenhum! Do contrário, perderá o respeito e não saberá mais como contornar.
Por que era que no acampamento o capitão Lampião se isolava dos seus comandados, armando a sua central administrativa um pouco longe dos asseclas? Justamente para que eles o respeitassem. Se ele vivesse misturado com os cangaceiros, salvo uma reunião, chegaria o dia em que perderia por total o seu respeito.
Sobre como era Maria Bonita fisicamente, o coiteiro Mané Félix acertou, descreveu para o repórter, a fiel e corajosa companheira de Virgulino Ferreira da Silva, assim à vontade como uma: "mulher baixinha, toda redondinha, uma carinha bonita, e com dois olhos pretos e grandes, morena clara, cabelos negros e lisos, quadris relativamente largos, cintura fina, tendo os braços e pernas roliços e muito bem feitos". Muito "prosista e conversadeira" - disse ele ao entrevistador - brincava bastante com alguns dos bandoleiros, e pelos quais era respeitada, apesar de muitos deles, levarem essa brincadeira mais além, como Luiz Pedro, por ela chamado de “Caititu”, e que gozava da maior confiança e intimidade da mesma, e do próprio Lampião, seu compadre.
Eu acredito na honestidade de Maria Bonita.
Essas informações, para mim, são meio "pruéticas", como dizia o humorista coronel Ludugero. Mas isso é a minha opinião, que poderá nem ter nenhum sentido, e nem ficarei chateado se algum dos amigos discordar. Cada um tem a sua visão, e sou apenas um estudante do cangaço sem rumo e sem muito conhecimento sobre o tema.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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