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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Diário de ontem (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Diário de ontem

Três horas da madrugada
ventania entrando pela janela
o corpo queimando inteiro
todo tomado de suor
e um sonho muito triste
minha mão sem alcançar a sua

cinco horas da manhã
a janela aberta é retrato do dia
olho a revoada que passa
e me sinto também passarinho
voando alegremente apressado
em direção ao seu ninho

cinco horas da tarde
o dia se fez de muita esperança
talvez o meu grande amor
que continua no seu paraíso
esteja bela diante do espelho
pra chegar sem um aviso

seis horas e meia da noite
vou deixar a porta entreaberta
da janela olho as ruas e esquinas
sinto a beleza da vida e da noite
mas os minutos vão passando
e a tristeza já vem como açoite

meia-noite
sujei minha roupa de vinho
cortei minha mão na vidraça
o vento soprou apagando a vela
tudo é escuridão e solidão
beijo o copo e penso que é ela.


Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

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