Por: Valério de Andrade
Foto Histórica:
Tania Alves e Nelson Xavier em matéria na Revista Manchete nº 1569, de 15 de maio de 1982:
Tania Alves e Nelson Xavier em matéria na Revista Manchete nº 1569, de 15 de maio de 1982:
Desde 1953, ano de “O Cangaceiro, o cineasta lida com um filão que já foi apontado como equivalente ao do western. Exagero à parte, não há dúvida de que a aventura do cangaço recriada por Lima Barreto sensibilizou a imaginação popular e introduziu na tela um colorido cênico tipicamente brasileiro.
Talvez por não possuir a infra-estrutura técnica e artística do cinema americano, ou do japonês, este em relação à figura do sumaraí, o herói nordestino não ocupou o espaço que merecia após a sua bem-sucedida estréia.
No cangaço, a figura de Lampião, já vista na tela em boa caracterização de Leonardo Vilar, se agiganta na memória do povo com a força mítica da lenda. Por tudo o que representa, inclusive pela herança cinematográfica que traz consigo, revela-se o personagem ideal para estrear este novo modelo de seriado que a Globo começou a produzir.
Com a ação realizada em 1938, nos últimos seis meses de vida de Lampião e Maria Bonita, o roteiro de Aguinaldo Silva e Doc Comparato, escudado em fatos e dados merentes a esse tipo de trabalho, revive o muito histórico e lendário de Lampião, com ênfase romântica ao seu relacionamento com Maria Bonita, que, agora, ganha uma projeção adequada e ajustada ao enfoque da mitificação feminina. A primeira impressão de Lampião e Maria Bonita são positivas, a começar pela metragem (oito episódios), que permite um tipo de abordagem inexistente nos relatos de 50/60 minutos. Abordagem que abre nova e ampla perspectiva em termos de linguagem e espetáculos ficcional na TV.
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