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terça-feira, 7 de maio de 2013

De Salamanca a Mossoró

Por Chumbo Pinheiro

Uma declaração de amor em forma de crônicas, numa ponte aérea entre o novo e o velho mundo, com um pouso demorado e necessário, para o alcance de voos mais altos que cada um de nós almeja um dia alcançar. Uma declaração sem pieguice, à revelação de um sentimento de saudade aos de sua terra, de seu país, sua cultura e principalmente dos seus conterrâneos, dos amigos antigos e novos, da convivência literalmente calorosa de sua Mossoró.

David de Medeiros Leite

Assim nos sentimos ao saborear o belo livro Cartas de Salamanca, do escritor David Medeiros Leite. Através de suas crônicas, peregrinamos pela histórica cidade espanhola e seus arredores, passeamos pelas ruas e praças e quase chegamos a sentir o frio e a neve a tocar os dedos de nossas mãos. Ficamos deslumbrados, diante das fachadas dos prédios e andando pelas calçadas somos levados a imaginar-nos em companhia do autor a saborear um café, um vinho e a bater um bom papo.
    
David ainda vai mais longe, provoca-nos a emoção e a reflexão ao descrever as frases lapidares do

Frei Luis de Léon

Frei Luis de Léon, “Decíamos ayer...” e; de Miguel de Unamuno  “Venceréis, pero no converéis...” tão bem contextualizadas, ao relatar a marcante presença de Dom Helder Câmara nas terras salmantinas.

Dom Helder Câmara

Salamanca é pouso, é berço, é conhecimento, é labor, é sonho e realização. É parte da trajetória do autor que nos apresenta algumas das maravilhas do velho mundo, com Paris a cidade-luz, e a cidade portuguesa do Porto, que nos parece familiar. Transporta-nos também pelas ruas, cafés e livrarias de Mossoró, aproximando com a sua escrita, leve, simples e encantadora não só do velho e do novo mundo, mais também dos seus amigos de lá e de cá. Desta forma, revela e compartilha conosco sua admiração por poetas e ficcionistas como Paulo de Tarso Correia de Melo e Francisco Rodrigues da Costa, além de Alfredo Peréz de Alencart e tantos outros.
     
A riqueza das crônicas das Cartas de Salamanca torna-se ainda mais preciosa, por ultrapassar o valor literário para alcançar um valor histórico, e prova disto é a cópia da carta de 

Câmara Cascudo

Câmara Cascudo a Miguel de Unamuno, um documento que reafirma a grandeza humana do mestre potiguar e revela um espírito de pesquisador de David Medeiros Leite, que nos presenteia com seus belos textos.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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