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terça-feira, 7 de maio de 2013

Com Casa das lâmpadas, David de Medeiros retorna à prosa

Por: Gazeta do Oeste
David de Medeiros Leite: ‘Na Mossoró do século passado, Casa das Lâmpadas era uma loja comercial’

O professor e cronista David de Medeiros Leite acaba de publicar, pela Sarau das Letras, editora da qual é sócio, juntamente com o engenheiro 

Clauder Arcanjo

Clauder Arcanjo, o livro Casa das lâmpadas, uma reunião de crônicas escritas com o objetivo de não deixar a memória de lugares, fatos e pessoas simplesmente se perder. “Já publiquei um trabalho similar a este Casa das lâmpadas, que foi o livro 


Ombudsman Mossoroense”, destaca o escritor, ressaltando que, na Mossoró do século passado, Casa das lâmpadas era uma loja comercial. “Digo no livro que seu proprietário, Luiz Fernandes, nem teve marqueteiro para denominar seu comércio, tenho certeza. Sempre considerei


“Casa das lâmpadas” uma expressão poética, sugestiva para batizar uma série de coisas, inclusive um livro. Trata-se de uma reunião de textos sobre pessoas e fatos mossoroenses.

Manoel Onofre Jr.

Como diz Manoel Onofre Jr., em texto para as “orelhas”, tentamos, com o livro, “resgatar da transitoriedade do jornal”. Em verdade, alguns foram publicados e outros, não”, explica David. “Apesar de ser um estabelecimento simples, sem a suntuosidade dos atuais, não me esqueço de que, na decoração, a diversidade das luminárias despertava a atenção. O longo balcão de madeira se estendia em paralelo à parede lateral, correspondendo com antigas prateleiras. Até hoje, quando entro em um comércio similar, me vêm à lembrança as instalações da loja de seu Luiz”, relembra, no primeiro texto do livro.

Apesar do belo trabalho literário – a reunião, em si, dos textos, traz um novo momento na obra de David Leite – e do cuidado com o visual gráfico do livro (desde as escolhas do papel, ilustrações e da própria capa), David não lançará o livro. “Como tenho dito, não farei lançamento do Casa das lâmpadas. Deixei alguns exemplares em livrarias de Mossoró e Natal para alguns interessados”, comenta o autor, que hoje reside em Natal e onde mantém seus trabalhos, bem como a representação da editora Sarau das Letras na cidade. “Sonho nosso (Clauder e meu) em dotar Mossoró e o RN com mais uma forma de incentivo à publicação... A Sarau das Letras já conta com considerável número de títulos publicados. E, vale ressaltar, sem dinheiro público de espécie alguma”, explica.

Em contato com a leitura desde cedo, o autor salienta que o gosto pelo livro começou a partir dos incentivos recebidos no Instituto Alvorada. “Ainda na época do ensino elementar, como, também, nos colégios Eliseu Viana e Abel Coelho, onde tive bons professores. E, claro, as leituras foram as correspondentes de cada período, ou seja, no primeiro momento,


Monteiro Lobato, 

Machado de Assis

depois Machado de Assis, José de Alencar, etc”, diz, sorrindo.

José de Alencar

Segundo ele, de leitor interessado aos primeiros passos no caminho da escrita, foi um percurso meio natural. “Do “alto” dos “meus vinte e poucos anos”, em meados da década de noventa, comecei a publicar textos nos jornais mossoroenses. Nem sei se poderia classificá-los como crônicas... Seriam mesmo descomprometidos escritos de um iniciante rabiscador de província”, fala.

David de Medeiros se divide entre a Uern e o trabalho de editor. “São campos de atuação diferentes, é verdade. Na área de Direito Administrativo, lidamos com aspectos jurídicos que, na maioria das vezes, são distantes dos temas literários. E como editor da Sarau das Letras (em parceria com Clauder Arcanjo), exercitamos nosso “diletantismo”, vamos assim dizer, considerando que não auferimos ganho financeiro, contribuindo com o fomento e o incentivo a novos escritores”, destaca, ressaltando que, no que concerne aos apoios, “na alçada pública ainda não existe uma política editorial bem definida que possamos considerar como apoio ou incentivo aos nossos autores. O que vemos são ações esporádicas e pontuais que, devo dizer, pouco impulsionam, já que se reduzem a momentos”, aponta.

Apesar da falta de apoio aos autores, ou de uma política cultural mais efetiva, David de Medeiros crê que os escritores estão mais “profissionais”. “Podemos observar isso no esmero das obras, desde o aspecto gráfico e até mesmo em relação às questões literárias. E também que existem bons divulgadores dos autores potiguares, com destaque para um ou outro “Quixote das letras” (como Thiago Gonzaga, do blog que divulga autores potiguares: 101 livros do RN que você precisa ler). Em alguns lançamentos de livro, fico a lembrar de 

Dr. Vingt-un Rosado

Vingt-un, quando, espantado pelo reduzido público em determinado evento, perguntou: em que estrelas andavam os alunos e professores universitários que não comparecem aos eventos literários?”, destaca.

http://www.gazetadooeste.com.br/noticias-com-casa-das-lampadas-david-de-medeiros-retorna-a-prosa-10670

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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