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quinta-feira, 17 de julho de 2014

II Seminário Regional Parahyba Cangaço e Cariri Cangaço Paraíba

Por Wescley Dutra

Nobres amigos e amigas “vaqueiros(as) da história”,

Saudações cangaceiras.

É com grande alegria que encaminho em anexo o convite para participarem do II Seminário Regional Parahyba Cangaço e Cariri Cangaço Paraíba. 

Certo da presença de todos(as).

Atenciosamente, 
Prof. Me Wescley Rodrigues


Agosto se aproxima e junto com ele teremos o II Seminário Regional Parahyba Cangaço e Cariri Cangaço Paraíba. Esse é um ano festivo, pois comemoraremos 90 anos do ataque a cidade de Sousa pelo bando de Lampião, capitaneado pelos cangaceiros Chico Pereira, Antônio Ferreira e Livino Ferreira, no fatídico amanhecer do dia 27 de julho de 1924. De 22 a 24 de agosto as cidades de Sousa, Nazarezinho e Lastro abrem os braços para acolher todos os pesquisadores, estudantes e “vaqueiros da história” interessados em conhecer um pouco da história do cangaço no alto sertão paraibano.

Momentos como esse são de grande valor por possibilitar a abertura de novos rumos no entendimento do movimento do cangaço e da história social e cultural do Nordeste brasileiro, levando-nos a quebrar paradigmas já cristalizados que focam a história do cangaço apenas nas figuras do “estado maior”: Lampião, Corisco, Zé Sereno, Maria Bonita, Sila, Dadá...

É necessário uma “nova leva” que promova uma reflexão sobre outros agentes que foram lapidares na constituição histórica do cangaço. Torna-se latente o resgate desses sujeitos para os anais, pois eles também foram importantes na teia formadora do cangaço. Abrimos assim espaço para um cangaceiro pouco conhecido, Chico Pereira, mas de grande relevância para entendermos como se dava as relações de poder, a política, justiça, criminalidade e cangaceirismo no sertão paraibano.

Chico Pereira foi um dos mais importantes cangaceiros do sertão da Paraíba, sendo responsável por maquinar o ataque a cidade de Sousa, tido como um dos maiores ataques cangaceiros no estado durante a década de 1920, para vingar a morte do seu pai, João Pereira,

2 que fora assassinado brutalmente, não tendo sido justiçado pela justiça oficial, que relegou o caso a um segundo plano.

A “cidade dos dinossauros” juntamente com Nazarezinho e o Lastro irmanam-se para comemorar essa data festiva, lembrando ser a história um espaço de memória e rememoração, significação e resignificações. Não temos assim pretensão de exaltar o banditismo, mas entendê-lo dentro de um contexto social de uma época marcada pelo descaso, falta de políticas públicas e justiça promotora da dignidade humana.

Esse também é um momento propício para lutarmos pela criação do Museu do Cangaço na casa grande do sítio Jacu, que pertenceu a Chico Pereira e hoje encontra-se em ruínas. Essa luta é de grande importância não só para as cidades do sertão paraibano, mas para a história nacional, haja vista Chico Pereira não mais pertencer apenas a história da cidade de Sousa e Nazarezinho, mas ser uma figura da história nacional.

Reforçamos assim o convite, nobres amigos e amigas, vaqueiros e vaqueiras da história. Em breve divulgaremos a programação oficial.

Saudações cangaceiras,
Prof. Me. Wescley Rodrigues

Enviado pelo autor Wescley Rodrigues

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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