Por Luiz Serra, Portal UNNO
Prestes e os
companheiros chegaram a enfrentar em breve recontro o bando de Lampião na
trágica frente nordestina. (Frederico Pernambucano).
Foi uma
rebelião nacional, iniciada em 1925 no R. G. do Sul, tendo por líderes civis e
militares, tais como Osvaldo Aranha, Juarez Távora e Luiz Carlos Prestes, que
se insurgiram contra o governo Arthur Bernardes, e a política “de convenção”,
que fazia eleger alternadamente um presidente da República mineiro e outro
paulista. Era então a política do “café-com-leite”.
A reação na
passagem por São Paulo, com a morte de Joaquim Távora, em que grupos de
militares paulistas, liderados pelos generais Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa
e também pelos tenentes Eduardo Gomes, Joaquim Távora e Juarez Távora, fugiram
da capital paulista em razão de bombardeios sofridos, e se uniram, no estado do
Paraná, às tropas gaúchas, que vieram da cidade de Alegrete, onde o movimento
teve início. Os gaúchos tinham como líderes: Siqueira Campos, João Alberto e
Luis Carlos Prestes.
Na prática, a
liderança foi do general Miguel Costa, e Prestes cuidava do estado-maior da Coluna,
e inspirou o nome da gigantesca tropa de cavalarianos insubmissos. A inspiração
dessa marcha de revoltosos fora a epopeia dos Tenentes, na denominada rebelião
do Tenentismo de 1922. Cavalgaram Brasil adentro em quatro grandes alas de 350
homens, comandadas por Siqueira Campos, João Alberto Lins e Silva, Djalma Dutra
e Cordeiro de Farias.
A Coluna
atravessou o país, arregimentou mais de mil e 400 milicianos, entre policiais e
soldados desertados, e precisava de montarias e alimentação, do que dependia de
contribuição, e até em forma de apresamento de animais de fazendeiros pelo
caminho.
Ao adentrar o
Nordeste, a Coluna se transformou numa marcha desesperante, pois houve
resistência armada em vários lugares, inclusive ameaça de confronto com os
terríveis cangaceiros de Lampião. Até Padre Cícero constituiu uma frente de
jagunços armados, o Batalhão Patriótico, para combater a Coluna Prestes.
Num desses
recontros houve a chacina de Piancó, quando dezenas de sertanejos, liderados
pelo padre Aristides, fizeram fogo contra uma das alas da Coluna, tendo
inicialmente tombado quatro revoltosos de Prestes. Audácia suicida de
Aristides, pois a ala de João Alberto veio em reforço à de Siqueira Campos
atacada, e foi um morticínio de todos os 30 resistentes de Piancó. O padre
Aristides foi esquartejado e teve a genitália decepada e jogada aos cães.
Mais
confrontos na Bahia quando da reação de coronéis locais fizeram a Coluna volver
a marcha pelo sertão de Alagoas, fazendo os revoltosos saírem de novo pelo
Piauí, não sem antes trocar tiros com o bando de Lampião.
Prestes após a
dispersão da Coluna redigiu um manifesto induzindo a que a base de propósitos
da revolta tivesse uma conotação marxista. Mas tal intenção foi repelida por
Juarez Távora, que redigiu a carta resposta de princípios democráticos. Prestes
então seguiu para a Argentina, e depois entrou para o Partido Comunista, e,
voltando da Rússia, alimentou a famosa Intentona Comunista, de triste memória
nacional.
No conteúdo político,
a Coluna Prestes traduziu um movimento político-militar brasileiro existente
entre 1922 e 1953 e ligado ao tenentismo, de insatisfação com a República
Velha, pugnavam a exigência do voto secreto, a defesa do ensino público e a
obrigatoriedade do ensino secundário para toda população. Fez redundar a
Revolução de 1930, e todo o regime de índole populista de Getúlio Vargas.
Há quem afirme
que a relevância da carta de princípios da Coluna Prestes influiu os ditames
sociais por toda a história política brasileira até os nossos dias.
Fonte:
facebook
Página:
Luiz Serra
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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