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sábado, 13 de fevereiro de 2016

ZABELÊ, MEU TIO CANGACEIRO

Por Rangel Alves da Costa*

Manoel Marques da Silva, filho de Antônio Marques da Silva e Maria Madalena de Santana (Mãe Véia), alcunhado de Zabelê no bando de Lampião, era meu segundo-tio, pois irmão de minha avó paterna Emeliana Marques. Rapazote ainda, quase na idade de menino, influenciado pelas andanças do bando do Capitão pela região de Poço Redondo, no sertão sergipano, eis que um dia decide seguir no rastro dos homens do sol, da lua e da catingueira. Abandonou a família para nunca mais retornar ao lar, ainda que muito andasse em séquito pela região e redondezas. Estava presente na Gruta do Angico quando Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram chacinados pela volante alagoana comandada pelo tenente João Bezerra, porém saiu ileso. Mas desse dia em diante ninguém mais teve notícia de seu paradeiro. Com o nome de pássaro, pois Zabelê é nome de bicho que voa, talvez tivesse voado para uma desconhecida distância. Durante muitos anos os seus familiares de Poço Redondo entrecortaram regiões do país no seu encalço, em busca de seu paradeiro, mas sem jamais reencontrá-lo. Voou, Zabelê voou. Arribou para sempre e nunca mais retornou. Hoje é pássaro somente na história e na recordação.

Poeta e cronista

blograngel-sertao.blogspot.com

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