Duas histórias
são contadas como sendo as últimas vezes que Lampião esteve em Alagoa Nova. A
primeira foi narrada por Sipriano Alves Ferreira
Joaquim
Nicolau, o Quinca Niculau, do São Bento, tinha sua residência e
terras nesse sítio, vizinhas ao Povoado. Ele já tivera alguns contatos com
Lampião e gosava de sua confiança. Em uma de suas passagens ali, em 1926, o
cangaceiro esteve em sua casa e pediu a Quinca que guardasse uma maleta e
disse-lhe que não a entregasse a mais ninguém, pois um dia quando voltasse a
queria de volta, em mãos. Quinca seguiu a instrução ao pé da letra. Em Patos,
um certo “Senhor Salviano”, que deveria ter alguma autoridade, soube da
história dessa maleta e mandou uma carta para Quinca comparecer urgente nos
Patos. Chegando lá, Senhor Salviano disse que tinha um particular para
conversar com ele, e seguiram de mata adentro. Ao andarem na mata, Quinca
Nicolau virou-se para ele e pediu para que ele falasse; então ele disse: é que
Lampião passou aqui e disse que o senhor me entregasse a maleta. Então Quinca
ficou brabo e respondeu: Lampião me disse que eu não poderia entregar esta
maleta para ninguém. Desconfiado, fez a volta, mandando que Salviano fosse à
frente, o que foi obedecido. Ao chegar em casa, os cangaceiros de Salviano
perguntaram se ele havia conseguido o objetivo.Ele respondeu: “Não me falem
mais disso não, pois esse homem é uma fera, e quase me mata na mata. Quinca
voltou para casa, onde viveu ainda alguns meses. No ano seguinte mudou-se para
o Ceará. Dez anos depois, ao falecer, deixou a maleta com os filhos e Lampião
nunca voltou para pegar.
Agda Vicente
de Arruda – Em uma dessas saídas, registra-se a passagem do
bando de Lampião, por Alagoa Nova.
Em um final de
tarde de 1926, a tropa de Virgulino Ferreira fez parada nessa terra. Ao
entardecer, já escuro, estava meu avô “tomando uma fuga” do cansaço do dia,
deitado na frente da casa, junto à porta. Minha avó estava sentada na cadeira,
quando chegou uma tropa montada de burro. Pelas vestimentas, Silva reconheceu o
visitante e disse: “Apeie”. Desceram de suas montarias e tomaram água. Dª Agda
preparou um jantar onde foi servido cuscuz, rapadura, leite e café, iguarias
disponíveis da culinária da época. Ao partirem, os cangaceiros levaram panos
amarrados em “trouxas”, contendo cuscuz e rapadura.
O
bule de porcelana que Agda serviu o café (primeiro à esquerda).
A
bandeja (acima) utilizada no casamento de Doca e Isabel, em São José, no ano de
1923.
Foto
do Autor: Museu de Manaíra (2014)
A partir daí,
o Sr. Manoel, esposo de Agda, por medo de ser morto, chegou a acompanhar os
cangaceiros pelo período de 12 meses. Há quem diga que ele, simplesmente, teria
“desaparecido” naquele período. Não se sabe, ao certo, o que ocorreu com ele[26].
[1] Existe divergência quanto à data dessa
batalha.
[2] Os habitantes mais novos de Princesa e
aqueles que fizeram boas pesquisas, discordam dessa versão. Existe, porém,
vários dos mais antigos que afirmaram essa ocorrência. Até o velho “Nego
Chico”, do Pelo Sinal, era enfático em afirmar: “Livino Ferreira era combinado com
Zé Pereira”.
[3] Em 2013 foram levados três aparelhos
GPS para fazer a aferição e constatou-se uma altitude de 1.138, sobre a pedra
mais alta.
[4] Teria sido esse o momento em que Doca,
Lampião e o parente, estariam conversando sobre a ajuda solicitada e que foram
orientados a fugir para São José.
[5] Quelé residia em Alagoa Nova e dali
administrava suas operações.
[6] Possivelmente, a partir daí, Lampião
não estava, mas sim, Livino.
[7] Livino
[8] Livino.
[9] Livino.
[10] Era uma chuva forte.
[11] .Livino.
[12] Livino.
[13] Livino.
[14] intercedeu.
[15] Segundo Marilourdes Ferraz,
em seu Canto do Acauã, pág. 231, “A mercadoria roubada de Sousa e
apreendida na casa foi entregue às autoridades paraibanas, que deram o recibo
correspondente”. Quem seriam as “autoridades” que receberam a mercadoria? – As
volantes paraibanas? Em Sousa ou outro lugar, não existem registros da
devolução de nada.
[16] Cajazeiras (PB).
[17] Livino
[18] Ao que tudo indica, após a semana de
tratamento em Triunfo – Vide Tiro no Pé - Lampião e Luís Pedro
reintegram-se ao grupo.
[19] Próximo ao Pau Ferrado.
[20] Né Marcelino.
[21] Não foi Luís do Triângulo que morreu,
mas um cunhado dele, de nome Chiquito.
[22] Luís do Triângulo organizou a defesa
de Patos, com trinta homens bem armados, e não permitiu a entrada de Lampião.
Com a morte de seu cunhado Chiquito, Luís e seu grupo iniciou longa perseguição
aos cangaceiros, culminando com uma emboscada que destruíu boa parte desses
bandoleiros.
[23] Existe nessa narrativa da luta do
Gavião, uma dúvida quanto à exatidão da data.
[24] Enviado por Manoel dos Santos Diniz –
Né Marcelino -, pai de João e Juvenal. João era um dos dois prisioneiros
sequestrados.
[25] Esse cangaceiro foi ferido após longo
tiroteio com a polícia, no sítio Tataíra. Foi protegido e cuidado por Manoel
Lopes – o Ronco Grosso - que, posteriormente, em companhia do cangaceiro Tocha,
o liquidaram, a mandado de Zé Pereira.
[26] Fato narrado
por Maria Aparecida Rabelo (Gogóia), neta de Manoel Ferreira Rabelo (apelidado
de “Silva”) e Agda Vicente de Arruda.
FIM.
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