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segunda-feira, 18 de abril de 2016

CASARÃO QUE PERTENCEU A FAMÍLIA DO CANGACEIRO CHICO PEREIRA.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

Conheçam a história do ataque cangaceiro à cidade de Sousa/PB no qual Chico Pereira teve influente participação e algumas fotos do casarão que no passado abrigou a família do célebre cangaceiro paraibano.

Texto: Prof. José Romero Araújo Cardoso.

(...) Em um dia de feira em Sousa, Otávio Mariz notou animada conversa entre um bodegueiro de Nazarezinho (PB), de nome Chico Lopes, e “cabra” da inteira confiança de Chico Pereira, de nome Chico Américo.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

A duração da conversa despertou a desconfiança de Otávio Mariz. Nas bancas da feira procurou uma chibata para comprar, indo ao encontro dos dois palestrantes. Encontrou apenas Chico Lopes. Aplicou-lhe surra magistral e pediu-lhe para ir à fazenda Jacu, reduto dos Pereira Dantas, em Nazarezinho (PB), avisar a Chico Pereira que tinha outra prometida para ele.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

No Jacu, Chico Lopes detalhou todo acontecido. A família do “Coronel” assassinado perguntou-lhe o que ia fazer tendo Chico Lopes respondido estar decidido ir até Princesa, conversar com Lampião sobre o melindroso e humilhante assunto. Havia um irmão de Chico Lopes que integrava o bando de Lampião há alguns anos. Isso facilitou a decisão do chefe supremo do cangaço em enviar dezessete homens de sua confiança para Nazarezinho. Antônio e Levino Ferreira, bem como Meia-Noite e Sabino das Abóboras, também integravam o grupo que iria se responsabilizar pela mais aviltante ação cangaceira no Estado da Paraíba.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

Na casa antiga de Chico Pereira notícias corriam céleres, dando conta da aproximação do grupo cangaceiro. Em Sousa alguns aventavam a hipótese de organizar defesa, mas como não acreditaram na possibilidade de tamanha ousadia, relaxaram completamente.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

Ao chegar ao Jacu, os dezessete homens foram recepcionados efusivamente. O número final de bandidos prontos a atacar Sousa, aumentado com muitos da região, somava oitenta e quatro quadrilheiros dispostos. Antes do amanhecer do dia 27 de julho de 1924, os bandidos cortaram a linha do telégrafo e invadiram Sousa, cuja maioria da população foi pega totalmente desprevenida. Pequena resistência partiu da residência de Otávio Mariz, principal alvo dos atacantes. Experiente e tarimbado sertanejo, Otávio Mariz escapuliu quando viu que não poderia resistir ao implacável ataque. Tudo em Sousa virou alvo de saque, os cangaceiros roubaram o comércio, residências, tudo, prejuízo incalculável que marcou indelevelmente a história sousense.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

Feras endiabradas davam vazão a todos os instintos selvagens possíveis e imagináveis. O destacamento local, comandado pelo então Tenente Salgado, não conseguiu realizar qualquer ação de defesa em Sousa, verdadeiro suicídio se tivesse havido consumação. Grupo composto de quase duas dezenas de bandidos, liderados por cangaceiro conhecido por “Paizinho”, teve como alvo principal a residência do juiz local, de nome Dr. Archimedes Soutto Mayor. “Paizinho” tinha queixas pessoais contra o magistrado, a quem acusava de tê-lo condenado injustamente.
Retirado ainda com roupas de dormir, o Juiz foi submetido a todo tipo de suplicia e humilhação, sendo forçado a andar de cangalha e em posição vexatória pelas ruas de Sousa. O ato final seria o assassinato do magistrado, mas Chico Pereira interveio e evitou a consumação do ato extremo.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

O magistrado, depois de tudo, no ensejo dos desdobramentos do audacioso ataque cangaceiro à cidade de Sousa, assumiu a responsabilidade de fazer merecida justiça contra àquelas feras que o atacaram. A rede de informações montada por Lampião era impecável e precisa. Logo ele ficou sabendo dos estragos em Sousa e, principalmente, do que fizeram com o juiz.

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

Rodopiava nos calcanhares, ainda sentindo dores terríveis, empunhando Parabellum e raciocinando sobre o futuro dali para frente. Homem de raciocínio rápido, Lampião sabia que em breve enfrentariam duras batalhas contra as forças volantes paraibanas, extremamente tolerantes devido ao respeito ao “Coronel” José Pereira Lima e a Marcolino Pereira Diniz (...)".

Foto: Iris Mendes Medeiros (Nazarezinho/PB)

Fonte: José Romero Araújo Cardoso
Obs: Importante lembrar que a atual cidade paraibana de Nazarezinho onde fica localizado o Sítio Jacu, reduto dos Pereiras, na época dos acontecimentos pertencia ao município de Sousa/PB.

Segundo informações existem projetos de restauração do Casarão do Sítio Jacu, em andamento. Vamos aguardar.

Fonte II: facebook
Página: Geraldo Júnior 
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=574036469426920&set=pcb.1207557109257405&type=3&theater

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