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sábado, 1 de abril de 2017

ARTIMANHAS DE JOÃO GRILO.

 Por Arievaldo Viana Lima

O poeta Arievaldo Viana, às 17 horas do dia 15 de abril, na Bienal Internacional do Ceará, lançará o cordel "Artimanhas de João Grilo". Com texto revisado e ampliado, o folheto de 32 páginas será mais uma publicação da Cordedlaria Flor da Serra. Em "Artimanhas de João Grilo", Arievaldo, com sua poética envolvente, deixa sobressaí um texto leve, de humor refinado e envolvente. Com versos milimetricamente medidos e rimas de uma sonoridade palatável aos ouvidos mais exigentes, reconta e recria situações vividas por esse anti-herói nordestino, esse amarelinho perspicaz que habitou e habita as narrativas do nosso povo. não deixe de ler mais essa espetacular publicação da Cordelaria Flor da Serra, Leia, a seguir, as estrofes iniciais da obra e para ler a história completa, faça seu pedido pelo E-mail cordelairaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091.


Todos conhecem João grilo
Um menino diferente
Pequeno, feio e franzino
Porem muito inteligente,
Uma mente talentosa,
Bem dotada e engenhosa,
Sagaz e irreverente.

Quando nasceu esse ente
Caiu neve em Teresina
E detonou um vulcão
Pras bandas de Petrolina
De Fortaleza a Belém
Os carros correram sem
Precisar de gasolina.

Ele tinha as pernas finas
A boca de ‘mãe da lua’
Nunca gostou de cantar
A cantiga da perua,
Tudo na vida enfrentava
E satisfeito gritava:
- Manda brasa! Senta a pua!

Foi um quengo muito fino,
Legítimo cabra da peste.
Existiu outro na Europa,
Esse viveu no Nordeste.
O de lá era um lesado
O daqui era um danado
E não há quem me conteste.

O João Grilo português
Meteu-se a adivinhador
Rei das adivinhações
E só saiu vencedor
Devido um golpe de sorte
Assim escapou da morte
Recebendo algum valor.

Nosso Grilo foi criado
Com tareco e mariola
Nunca se viu outro cabra
Com tão medonha cachola
Nunca se meteu com sultões
Mas nas adivinhações
Foi ele quem fez escola.

Nasceu lá na Paraíba,
Criou-se em Taperoá,
Foi camelô em Sergipe,
Fez carimbo no Pará
E foi encontrar a sorte
No Rio Grande do Norte,
Fronteira com o Ceará.

Com cinco anos já era
Sagaz, astuto e ladino.
A mãe não se descuidava
Daquele cabra “malino”
Às vezes lhe castigava,
Pois ninguém aguentava
As “artes” do pequenino.

Certa vez à mãe do Grilo
Foi visitar a vizinha
Deixou o peralta em casa
Porque assim lhe convinha
Chegou o Padre Rufino
Pedindo água ao menino
Mas na ocasião não tinha...

João finge agradar ao padre
Com mesura e rapapé,
Lhe oferecendo garapa
Do engenho Catolé.
Depois desse lero-lero
O vigário disse: - Eu quero!
João trouxe numa coité.

O padre muito guloso
Bebeu com sofreguidão
Dizendo: - Oh! Garapa boa!
Nesse momento João
Fingindo-se inocente
Trás garapa novamente
Pra ele e pro sacristão.

Ao receber a coité
O vigário disse assim:
- Será que sua mãe
Não irá achar ruim?
Nesse momento João Grilo
Responde muito tranquilo:
- Beba tudo até ao fim!

Garapa temos bastante,
Porem exposta ao relento
Pode beber à vontade,
Não precisa acanhamento...
Não digo por desacato,
Mas nela caiu um rato,
Está podre e fedorento.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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