*Rangel Alves
da Costa
Numa relação
amorosa, assim como um namoro, convivência ou casamento, sempre é chegado o
momento de algum problema, de um algum desgaste ou dissabor, quando surgem as
fragilidades e colocam em risco a continuidade da relação.
Problemas
pequenos que afetam a união, discordâncias que colocam em jogo os sonhos e
planos, afetações que tendem a definhar tudo o que se planejou para os dois. É
que na vida a dois ou no simples pacto entre dois, qualquer instabilidade pode
gerar o rompimento.
Então, em
situações tais, emergem algumas indagações. Se eu te amo e tu me amas, o que
fazer para evitar as fragilidades, os riscos, as ameaças e as rupturas? O que
fazer para não deixar que um grão de ciúme, raiva ou discordância, possa se
transformar em um amontoado de coisas ruins, com acusações de lado a lado?
O que fazer
quando o sentimento perde a razão e o instinto age para confrontar o outro que
tanto quer, que tanto deseja, que tanto ama? O que fazer quando se perde a
palavra doce e o que sai da boca já vem carregada de veneno, de intriga, de
maldade? O que fazer quando nuvens de tempestade começam a pairar onde havia um
viver de paz e tranquilidade?
Não é fácil
fugir dessas indagações. Nada é tão seguro ao coração que não possa se abrir em
chamas e devastações, principalmente por que não depende apenas de um único
desejo, de um só pensar, mas de dois. E dois que possuem iguais
responsabilidades de manter sempre em equilíbrio a balança da relação amorosa.
Assim, neste
reconhecimento de que os seres humanos são vulneráveis demais aos
acontecimentos e que duas pessoas que caminham de mãos dadas pela mesma estrada
são sempre desafiadas pelas curvas e labirintos, pelos inesperados da vida que
tanto desapartam mãos e relações, não há outra coisa a fazer dialogar com os
próprios sentimentos.
E deste
diálogo surgir: Será que desejo mesmo prosseguir por essa estrada? Será que é
amor o que sinto? Será que estou fazendo corretamente minha parte nesta
relação? Será que não admito meus erros e ainda por cima sempre procuro culpar
quem amo pelos meus deslizes? Será que nos distanciamos cada vez mais por que
deixamos de nos procurar cada vez mais?
Se eu te amo e
tu me amas... Ora, se eu te amo e tu me amas, então por que não procurar
consertar o que se fica desconsertado a cada instante? Então por que não
reconhecemos nossas imperfeições e dialogamos sobre possibilidades e desafios?
Então por que deixamos que os ocultos do mundo nos afastem cada vez mais?
Se eu te amo e
tu me amas... Ora, se eu te amo e tu me amas, então será preciso dar provas que
realmente ama. Se eu te amo e tu me amas, então por que todo esse reconhecido
amor não serve sempre como escudo frente ao que ameaça a cada instante? Se eu
te amo e tu me amas, por que não interiorizar tanta certeza e tornar os
corações tão convictos que nenhuma pequeneza da vida possa desafiar os sentimentos?
Se eu te amo e
tu me amas... Mostra a flor do seu desejo, mostra o buquê de palavras sinceras
e vivas, mostra o quanto cultiva e deseja sempre florida essa comunhão. Se eu
te amo e tu me amas, mostra que não sento amor egoísta nem quer moldar o mundo
a partir do que unicamente deseja. Mostra que sabe falar e sabe ouvir, mostra
sua importância a partir da importância que ao outro dá.
Se eu te amo e
tu me amas... Que tal certeza procure refletir a realidade e não aparências
perante os demais. Se eu te amo e tu me amas, então que ame em nome de um amor
duradouro e permanente, vez que o amor não é outono nem primavera, não é sol
nem lua, noite ou dia, mas o que nós mesmos permitimos que ele seja.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/
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