Clerisvaldo B. Chagas, 7 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.978
SÍTIO LAGOA DO MIJO. (FOTO: CLERISVALDO B. CHAGAS). |
Estar completando 247 anos do primeiro documento de que se tem notícia de Santana do Ipanema, Alagoas. É uma escritura de terras que estabelece limites para venda de uma fazenda. Estamos no tempo das sesmarias que permitiram expedições colonialistas e povoamento dos sertões nordestinos. Em 1771, chegaram pessoas ligadas a reivindicações de sesmarias na Ribeira do Panema. Mas os fundadores de Santana do Ipanema, não foram os primeiros indivíduos a pisar nas futuras terras de Senhora Santa Ana. Mesmo com a outorga de sesmaria, aquelas pessoas compraram mais terras daqueles que chegaram antes. Entre essas terras estava apontada como marco, a Lagoa do Mijo que ainda permanece com essa denominação tradicional, embora os moradores também chamem o sítio de Baixa do Tamanduá.
Supõe-se que havia uma lagoa naquela parte mais baixa do terreno, onde o gado bebia, chafurdava e urinava. Estamos regatando a zona rural para uma possível Geografia Física do Município e também as denominações dos mais de 140 sítios existentes e devidamente fotografados. A Lagoa do Mijo ou Baixa do Tamanduá, é um sítio habitado por pessoas negras, provavelmente migrantes da aldeia quilombola do sítio Jorge, situado na margem direita do rio Ipanema, em Poço das Trincheiras. Houve migração do sítio Jorge para o atual povoado Alto do Tamanduá, na BR-316, limite de Poço das Trincheiras/Santana do Ipanema. E do povoado Alto do Tamanduá para a Baixa do Tamanduá ou Lagoa do Mijo, no município vizinho. Também houve migração do sítio Jorge para Santana, possibilitando a existência do lugar Alto dos Negros, perto do Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues.
Nesse museu a céu aberto não teve incêndio que o destruísse. Continuamos as pesquisas, até agora, sem ajuda nenhuma das autoridades, somente no peito e na raça, entregando documentos e mais documentos ao povo santanense.
Quem procurar conhecer o modus vivendi da Lagoa do Mijo ou da Baixa do Tamanduá, vai encontrá-lo após cerca de 3 km de Santana, às margens da BR-316.
Quer ir “mais eu?”.
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