Acervo do Antônio Corrêa Sobrinho
"VIDA E
MORTE NO SERTÃO, História das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX"
(primeira edição publicada em 2001), é a valiosa obra do jornalista e
historiador Marco Antonio Villa, que recomendo.
Nas orelhas do livro é dito:
"Uma história para não esquecer:
Afinal, quantos morreram nas secas?, é a pergunta que o autor faz no final deste livro, constatando que é impossível dar a ela uma resposta precisa. Mas a resposta possível é suficientemente assustadora: considerando-se o período estudado, que vai de 1825 até 1983, o total de mortos em decorrência das secas no Nordeste brasileiro deve chegar aos 3 milhões de pessoas. Não há engano, o número é esse mesmo. Só para comparar, equivale à metade do número de judeus mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. A história desse processo, que o autor não hesita em chamar de genocídio, é o assunto desta obra. Recorrendo às mais diversas fontes, especialmente a imprensa escrita, Marco Antonio Villa reúne um material que impressiona, seja pela abrangência, seja pelo detalhamento dos fatos narrados. Mas o que mais chama a atenção, à medida que vamos lendo o texto - bastante fluente -, é a repetição da tragédia. A cada nova seca - relativamente previsível -, a sede, a fome, a fuga ou a morte de milhares de sertanejos; do outro lado o descaso, a insensibilidade, a exploração (será possível?, nos perguntamos, mas é) da miséria. Os que estariam, até por dever de ofício, obrigados a ajudar - autoridades e governos de todos os níveis - ou regateiam a ajuda ou parecem estar mais preocupados em tirar dela o melhor proveito... O retrato do Brasil - pois é disso que se trata - que surge ao longo de um século e meio de secas no Nordeste não é nada lisonjeiro. E é justamente essa a importância deste livro. Ele nos mostra sem retoques aspectos importantes de nossa história, de nosso modo de ser como país. É certo que muita coisa mudou nesse período, e para melhor. Mas é certo também que alguns dos traços mais nocivos de nosso sistema social e político continuam aí bem firmes. A história contada aqui não deixa que nos esqueçamos disso."
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