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terça-feira, 3 de novembro de 2020

" O ARMAMENTO DE LAMPIÃO ".

Por Luis Bento Sousa

O Deputado Federal, Floro Bartolomeu da Costa havia trazido para Juazeiro cerca de 2 mil fuzis zerados, ainda encaixotados da fábrica, armar o bando de Lampião, com a finalidade de barrar possível passagem da Coluna Prestes pelo Cariri.

Lampião recebeu de 50 a 60 fuzis e o restante ficou guardado no depósito da Prefeitura Municipal. Alguns foram vendidos ou ofertados aos coronéis do Cariri. Tempos depois, veio um Oficial do Exército e recolheu o restante do armamento.

Lampião não se deu bem com os fuzis: além de pesados, tinham o cano longo, dificultando a macha dentro do mato, sem falar na munição que era difícil. Passando por Jardim-CE sob o peso de tão incômodo armamento, Lampião mandou serrar os canos dos fuzis, transformando-os em mosquetões. Em Jardim os ferreiros encarregados do serramento dos fuzis foram Zuca de Barro, Juvêncio de Barros e José Pereira, que fundiram facas lombadas muito bonitas, verdadeiros mimos, chamadas pelo povo de " Facas Jardineiras ".

Estava devidamente explicada a grande mudança do armamento de Lampião. Com os fuzis mauser modelo brasileiro do ano de 1909, Lampião não conseguiu barrar a Coluna Prestes, porque ela não passou pelo Cariri. Assim sendo, o armamento privativo do Exército, oferecido a Lampião, praticamente não serviu de nada, porque os Cangaceiros preferiam mesmo era o conhecido rifle " Papo Amarelo ", leve, portátil, funcional, e de munição encontrada em Juazeiro e outras Cidades de igual porte.

É o caso de se dizer como o povo:

" Pimenta do reino não é para caititu ".

Fonte: Cariri, Cangaço, Coiteiros e Adjacências de Napoleão Tavares Neves Pág. 68.

LUIS BENTO DE SOUSA

Diretor de Cultura

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