Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em 24 de março de 1858 dava-se o início da reconstrução da Igreja de Santa Luzia de Mossoró. Fazia-se necessária a reconstrução, pois a Capela existente era pequena e estava quase em ruínas, tendo sua última reforma acontecido a quase trinta anos. Foi uma longa reforma que se arrastou por anos a fio. Vamos conhecer um pouco da história da nossa Catedral de Santa Luzia.
Registra a história que a 5 de agosto de 1772, a Provisão das Dignidades do Cabido de Olinda concede a Antônio de Souza Machado, Sargento-Mor da ribeira do Mossoró e sua mulher Rosa Fernandes, autorização para construir uma capela na fazenda Santa Luzia, de sua propriedade, em cumprimento de promessa feita por sua intercessão. E a capela foi construída com os cruzados do Sargento-Mor e o auxílio dos devotos circunvizinhos, sendo o primeiro ato litúrgico celebrado em 25 de janeiro de 1773, quando foi batizada uma criança do sexo feminino, cerimônia essa oficiado pelo padre José dos Santos da Costa. A criança que havia nascido no dia 15 do mesmo mês, recebeu na pia batismal o nome de Maria, e era filha de Miguel soares de Lucena e de Páscoa Maria da Encarnação.
Em 9 de maio de 1773 foi feito o primeiro sepultamento na Capela de Santa Luzia. Era de uma menina de 9 anos de idade, filha de Manuel Bezerra de Jesus e Maria Madalena Teixeira. Dessa data em diante, os mortos de Mossoró passaram a ser sepultados no interior da capela, visto que anteriormente as pessoas que morriam no povoado eram sepultadas na Capela de Mata Fresca, comunidade distante 72,0 Km de Mossoró, pois não havia campo santo na cidade.
Em 6 de outubro de 1778 é realizado o primeiro casamento na Capela de Santa Luzia, sendo os nubentes Gregório da Rocha Marques Filho e Francisca Nunes de Jesus, tendo como testemunhas o português coronel regente Francisco Ferreira Souto e Antônio Afonso da Silva, o primeiro sendo morador de Mossoró e o outro do Panema. A solenidade foi realizada pelo carmelita Frei Antônio da Conceição.
Em 13 de julho de 1801 dona Rosa Fernandes, viúva do Sargento-Mor Antônio de Souza Machado, faz doação do patrimônio da Capela de Santa Luzia.
Em 30 de dezembro de 1830 é inaugurada a primeira reforma da Capela, reforma essa para a qual se mandou buscar no Assu o mestre pedreiro Manuel Fernandes que veio com um escravo e um mestre de obras. A imagem de Santa Luzia de Mossoró, pequena e de madeira, foi mandada buscar em Portugal.
Em 27 de outubro de 1842, pela resolução número 87, a Capela de Santa Luzia era elevada à categoria de Matriz, desdobrada assim da freguesia do Apodi a que esteve ligada durante setenta anos.
Mas a primitiva Capela já não era suficiente para atender as necessidades da população e é assim que em 24 de março de 1858 foi iniciada a reconstrução da Igreja, no mesmo local da anterior, tendo o vigário Antônio Joaquim Rodrigues aproveitado algumas paredes de pedra e cal da primeira construção. Foi uma longa reforma que durou dez anos, sendo utilizados auxílios dos paroquianos e verbas da província. Mesmo assim, as torres não foram concluídas nessa reforma.
Em 1910 era vigário da Catedral o Padre Pedro Paulino Duarte da Silva. Esse Padre promoveu na época, uma meritória campanha em prol da conclusão das torres da Igreja. Para isso concitou os fiéis às romarias durante as tardes de Domingo, quando seriam transportados tijolos, pedras, areia e cal para o adro da Matriz, de forma a não pararem os serviços por deficiência de material. O povo atendeu ao chamado do Vigário e as torres foram concluídas.
Em 28 de julho de 1934 foi criada a Diocese de Mossoró, com solene missa celebrada na Matriz de Santa Luzia pelo padre Luís da Mota, vigário da paróquia, quando o mesmo dá conhecimento aos fiéis, através da Bula PRO ECCLESIARUM OMMIUN, do Santo Padre Pio XI, criando a Diocese e elevando a Matriz de Mossoró à categoria de Catedral Diocesana.
Geraldo Maia do Nascimento
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