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sábado, 3 de março de 2012

DESENCANTO DA NATUREZA

Por: Alcino Alves Costa
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DESENCANTO DA NATUREZA
Autores: Alcino Alves Costa e Dino Franco
Interpretes: Dino Franco e Mouraí



Eu vejo lá bem distante
Os papagaios voando
Cada vez indo pra longe
Outro habitat buscando
Periquitos e araras
Também vão se retirando
A raposa espreita tudo
Desconfiada, olhando,
E o homem sem piedade
Cruelmente vai matando.

Caçador, caçador,
Com você estou falando,
Não mate a fauna e a flora
Quero vê-las procriando

Muito triste a mata chora
A morte da passarada
Os campos virando cinzas
Com a fúria da queimada
Na sombra da quixabeira
Não se ver onça pintada
Caititu se retirou
Pra bem longe da baixada
Galho seco despencando
Caindo lá da ramada
O homem cortando tudo
Em medonha derrubada.

Roçador, roçador,
Não pegue mais empreitada
Encoste a foice e o machado,
Evite fazer queimada.

O sertão é um paraíso.
Paraíso de esplendor,
Mata virgem, céu azul,
E canário dobrador
Inhanbu piando triste
Quando a tarde furta a cor
Os bichos todos fugindo
Da mira do caçador
O riacho ainda chora
A mata cheia de flor
E o homem destruindo
As obras do criador
Predador, predador,
Olhai para o que restou
Predador, predador,
Não mate o que Deus criou

Não mate o que Deus criou

Transformada num belíssimo cateretê, gravado pela dupla, Dino Franco e Fandangueiro, na faixa 3, do CD “Sertão viola e amor”.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço:
Alcino Alves Costa

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