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domingo, 1 de abril de 2012

ALBERTO FREDERICO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO

Por: José Ozildo dos Santos
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Nasceu a 2 de outubro de 1872, na antiga povoação de Macaíba, Província do Rio Grande do Norte, sendo filho do casal Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e Feliciana Maria da Silva Pedroza. Após concluir seus estudos básicos, ingressou na tradicional Faculdade de Direito do Recife, diplomando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na turma de 1892, aos vinte anos de idade, tendo como colega, entre outro, o ilustre conterrâneo Augusto Tavares de Lira.
 
Volvendo ao Rio Grande do Norte, iniciou sua vida profissional como Promotor Público em sua cidade natal. Cedo, dedicou-se ao jornalismo, passando a integrar o corpo de redatores de ‘A República’, antigo órgão do Partido Republicano, fundado e dirigido no Rio Grande do Norte, por seu irmão, o médico Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, a quem ligou-se politicamente.
Secretário da Administração Estadual, em 1900 teve seu nome lançado ao Governo do Estado. Eleito, governou o Rio Grande do Norte de 25 de março de 1900 a 25 de março de 1904, em substituição do Dr. Joaquim Ferreira Chaves.
Ao concluir seu mandato, estava eleito deputado federal, passando a ocupar na Câmara a vaga surgida com a renúncia do Dr. Augusto Tavares de Lira, que lhe sucedeu no Governo do Estado. Reeleito para a legislatura seguinte (1906-1908), renunciou para assumir o Governo do Rio Grande do Norte, aos 25 de março de 1908, após ser eleito para um segundo mandato de seis anos. No Parlamento Nacional, foi sucedido pelo Dr. João Lindolfo Câmara.
O segundo Governo Alberto Maranhão foi operoso e ímpar em sua expansão progressista. Na Capital, construiu o Conservatório de Música, o Derby Clube, a Casa de Detenção, o Hospital Juvino Barreto, o Teatro Carlos Gomes (atual Teatro Alberto Maranhão) e o Asilo de Mendicidade, e, substituiu a iluminação pública, que antes era à base de acetileno, pela luz elétrica. Em 1911, implantou os bondes elétricos, substituindo os velhos de tração animal.
Possuidor de uma grande visão urbanista, criou a ‘Cidade Nova’, “aberta em avenidas esplêndidas, numa visão sistemática de urbanista, levando a cidade a estender-se por três novos bairros: Petrópolis, Tirol e Alecrim”. Preocupado com a educação, ergueu diversas escolas no interior do Estado, reformou inteiramente a Instrução Pública e a 13 de maio de 1908, inaugurou a Escola Normal, que diplomou a sua primeira turma concluinte no dia 4 de dezembro de 1910.
Intelectual, em seu primeiro governo, promulgou a Lei nº 145, de 6 de agosto de 1900, que disciplinava a publicação de livros julgados úteis à cultura do Estado. Naquela época, rara foi a iniciativa cultural que não partiu de Alberto Maranhão, a quem “os oposicionistas cognominaram, fazendo sem querer justiça, ‘Príncipe Mecenas’. Mais de trinta anos depois, pobre, arredado da política, visitando Natal, Alberto Maranhão recebia de todos os lados o mesmo título, como uma homenagem e uma reparação”.
No Governo do Rio Grande do Norte, foi substituído pelo Dr. Ferreira Chaves, a 1º de janeiro de 1914, após uma forte campanha oposicionista, chefiada pelo capitão José da Penha Alves de Souza, que percorreu vários municípios, “falando diretamente ao povo, numa eloqüência arrebatadora e belicosa que empolgou a mocidade”.
Ainda naquele mesmo mês e ano, elegeu-se deputado federal, em substituição do Dr. Eloi de Sousa, que fora eleito senador. Reeleito em sucessivos pleitos, Alberto Maranhão representou o Rio Grande do Norte na Câmara dos Deputados até 1929.
Em 1930, afastado da política norteriograndense, tornou-se Delegado Comercial, no Rio de Janeiro. Inspetor do Instituto do Açúcar e do Álcool, faleceu a 1º de janeiro de 1944, em Parati, Estado do Rio de Janeiro.
Espírito culto, preocupado e enamorado pela cultura literária, arte e música, trouxe diversos artistas nacionais e internacionais de renome para a cidade do Natal e abriu as portas ‘A República’ aos jovens talentos das letras potiguares.
Orador talentoso e exímio jornalista, escrevendo do Rio de Janeiro, Alberto Maranhão durante muito tempo manteve uma coluna n‘A República’, abordando temas relacionados à política, à economia, à educação e à literatura. Publicou em livros, mensagens, discursos e artigos políticos. Mas, grande parte de sua produção literária, publicada em jornais e revistas de sua época, ainda não foi reunida num merecido volume.
 
Extraído do blog:
"CONTRUINDO A HISTÓRIA"
do pesquisador José  Ozildo dos Santos

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