Seguidores

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O vingativo cangaceiro Zé Sereno

Por: Juarez Conrado
Conrado foi deputado estadual na Bahia e atuou por muitos anos no jornal A Tarde

Não se pode esquecer, nesta sinistra relação, a figura de ZÉ Sereno, marido de Sila, a bela cangaceira que arrastou para a borda de bandidos três dos seus quatro irmãos: Mergulhão, Novo Tempo e Marinheiro.

A ex-cangaceira  Sila - companheira de Zé Sereno

Além de ele próprio matar, geralmente determinava como chefe de um dos subgrupos de cangaceiros, que alguns comandados - naturalmente os mais violentos – o fizessem, sempre com a recomendação de, antes de liquidar, judiar bastante aqueles que estavam marcados para morrer.

Como foi o caso do coiteiro Zé Vaqueiro que, vendo Novo Tempo em estado gravíssimo, após o combate travado com a volante de Zé Rufino, quando ainda saíram feridos:

Tenente é Rufino

Elétrico e Amoroso, procurou ajudá-lo Pelo fato de não apresentar qualquer melhora, acabou se transformando em sério problema: descoberto aos seus cuidados, certamente teria assinado sua própria sentença de morte. Os militares não perdoariam. Preocupado, e para livrar-se do já incômodo indivíduo, resolveu eliminá-lo com um tiro no ouvido.

Novo Tempo, entretanto, apesar da bala que o atingiu, conseguiu sobreviver e, retornando ao grupo, narrou o fato ao seu cunhado Zé Sereno.

Indignado pela inconcebível ingratidão do coiteiro, sempre protegido e até, quando necessitando, auxiliado financeiramente pelo terrível bandoleiro, determinou a vingança.

Lampião e Juriti

Escalados por Zé Sereno para “justiça” o delator, Juriti, Sabiá, Mergulhão e Marinheiro foram ao encontro do mesmo, por eles amarrado, xingado e maltratado a bofetadas, chicotadas e pontapés. Obrigando a própria vítima a cortar xique-xique e mandacarus, fizeram com os espinhos desta vegetação uma cama na qual, depois de despido, Zé Vaqueiro foi jogado, morrendo pouco tempo depois.

O cangaceiro Zé Sereno

A vingança estava incompleta, mesmo cumprida a ordem de Zé Sereno no que se referia à grande judiação recomendada.

Seu corpo inanimado e sangrando bastante em virtude dos espinhos que lhe dilaceram as carnes e, ainda jogado na cama feita pelos bandidos, foi transformado em verdadeira tocha com a fogueira provocada por um dos cangaceiros que jogou fósforos acesos nos gravetos.

Extraído do livro:
"Lampião Assaltos e Morte em Sergipe"
Paginas: 43 e 44
Publicado em Aracaju - Sergipe
Ano de publicação: 2010  

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo18:19:00

    Caro Mendes: O meu boa-noite após uma chuva aqui em nossa Serrinha nesta tarde de Primavera, após muitos dias sem chover.
    Pois bem: Apenas estive com Sila há mais de vinte anos em lançamento de livro. Este texto que envolve seu esposo Zé Sereno, não o conhecia. É mais um texto-novidade para mim. Quanto a dúvida (que já foi dirimida) por você e Dr. Archimedes, estive verificando na fonte onde foi extraída a foto do soldado vestido de Lampião, na verdade confunde mesmo.
    Abraços e grato,
    Antonio Oliveira - Serrinha

    ResponderExcluir