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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A ESTRADA DE LAMPIÃO

Por: Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 890

Novamente, depois de mais de quarenta anos de luta e promessas enganosas, eleições e desespero, volta à baila a estrada de Lampião. Esse é um trecho da BR-316 que vai desde o maior entroncamento do Nordeste, Carié, Alagoas, à cidade de Inajá, Pernambuco.

Trecho Carié/Inajá. Foto: (Blog do Bernardino - Cada Minuto)

Trata-se de uma imensa reta cortando a caatinga no peneplano sertanejo, que interliga as cidades do Alto Sertão alagoano: Canapi, Inhapi e Mata Grande e Água Branca, no primeiro plano. O asfalto demora tanto a chegar que o sítio Carié virou povoado e algumas das cidades ganharam asfalto estadual por trás. Inúmeras manifestações foram feitas pelos moradores da região e, se não for mais uma peça, o asfalto está para sair. Diz certo deputado, que a estrada será pavimentada pelo PAC. A notícia é que o Ministério dos Transportes acaba de assegurar a pavimentação com o valor estimado em quarenta milhões. A bancada de deputados federais de Alagoas assegura o que foi acordado com o ministro, para o trecho que compreende 49 quilômetros de extensão. Além de facilitar o escoamento da produção, a estrada garante geração de emprego e renda e deverá atrair investimentos para os dois estados.

Lampião costurando

Essa região da estrada BR-316, foi motivo de muitas andanças de Lampião e Corisco, pelos municípios serranos de Água Branca e Mata Grande.

O grande amigo de Lampião - Corisco

No raso da caatinga, o bandoleiro também atacava Inhapi, Pariconha e Ouro Branco, além de ter fretado viagens em burros para a atual cidade de Delmiro Gouveia. Vimos que apenas 49 km separava o Carié de Inajá, o que facilitava a vivência de Virgolino entre um estado e outro. Inajá, em Pernambuco, era conhecida como Espírito Santo e, foi perto dali que aconteceu o grande combate entre Virgolino e 

Coronel José Lucena

José Lucena, considerado uma das quatro maiores batalhas do cangaço. Quando houve a distribuição de volantes alagoanas pelo sertão, com sede em Santana do Ipanema, a partir de 1936, o encarregado dessa região passou a ser um homem de confiança do governo, sargento José Joaquim, chefe de volante. Corisco preferia agir na zona de serra, por ser nativo de Água Branca e a área ser de imensa fartura e esconderijos. Moreno, substituto de Virgínio tinha predileção pela planura e agia muito entre o Canapi, Alagoas, e Tacaratu, Pernambuco.

O cangaceiro Moreno

O asfalto pode estar chegando mesmo, depois de longa anedota. Mas ainda se conta muitas histórias de cangaço nas caatingas do velho entroncamento Carié. Para a maioria dos seus habitantes, um trecho que pede socorro. Para outras pessoas, A ESTRADA DE LAMPIÃO.

Autobiografia do autor:

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados)

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2012/10/a-estrada-de-lampiao.html

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