Por:
João da Mata Costa
Caros amigos
poetas e cangaceiros
Modifiquei um pouco o texto, fiz algumas correções e ampliei
Saudações canganceiras
João da Mata Costa
Adeus a Alcino Alves da Costa 17/06/1940 à 01/11/2012
Kiko Monteiro, Alcino Alves Costa e seu filho Rangel Alves da Costa
Na véspera do dia de finados, dia de Todos os Santos, faleceu um grande estudioso do cangaço e da cultura sertaneja. Alcino Alves Costa - sobrinho do cangaceiro- poeta Manoel Marques da Sila, o Zabelê-, nasceu em Poço Redondo - SE, e ai viveu intensamente como ativo protagonista e guardião de sua história contada numa dezena de livros. Filho de Ermerindo
Luitgarde Cavalcanti Barros e Antonio Vilela de Sousa
Alves da Costa e de Emeliana Marques da Costa, Alcino foi um politico que amava sua terra e costumes. Foi prefeito por três vezes do município de Poço Branco, deixou a politica para se dedicar ao estudo do cangaço e das ricas tradições culturais de sua terra natal amada.
Família de Alcino Alves Costa e Manoel Severo
Grande contador de causos, um caipira como gosta de ser chamado, é referencia obrigatória em se tradando de cangaço. Mesmo sendo um profundo conhecedor da saga lampiônica, não tinha a presunção daqueles que se consideram dono da verdade. Gostava de dizer, essa é a minha versão.
Jack de Witte,...,..., Alcino e...
O seu primeiro sobre o cangaço, já em terceira edição, teve o prefácio da professora antropóloga Luitgarde Barros, que escreve: “este livro não é de ficção”, pelo contrário, o livro tem como objetivo a desmistificação de alguns detalhes envolvendo um dos fenômenos social mais estudado do Brasil, o cangaço.
Robervânio Rubinho, Alcino Alves e Antonio Tomáz
Alcino é um grande contador de estórias ou histórias. Seus livros são muito bem escritos e referenciados com outros escritores da mesma saga.
Aderbal, Leandro, Antonio Amaury, Paulo Britto e Alcino Alves Costa
Muitas vezes Alcino corrige informações contidas em outros livros referencia da saga do cangaço. É um escritor que escreve com paixão a dura realidade de um nordeste exsicado pelas longas secas onde sobrevivem as plantas cactáceas: xiquexique, macambira, quipá, mandacaru, cabeça –de-frade e facheiro.
Bando de Lampião
E por que não falar da árvore sagrada do sertão, o umbuzeiro. Árvore que mata a sede, serve de sombra e de refúgio para beatos e cangaceiros. A crueldade do bando de Lampião não é maior que a dos volantes.
Chagas
Nascimento, Alcino Costa, Manoel Severo e...
Muitas vezes existe uma migração de um lado para outro. Os nazarenos foram os grandes combatentes dos temidos cangaceiros. Mané Neto. o temido vesgo de Nazaré – PE, luta contra o bandido
Sabonete. “um bandido pula para a frente dos inimigos. Está enlouquecido Com um punhal na mão, corre na direção de Mané Véio. Parece que quer sangrá-lo.
Professor Pereira, Manoel Severo e Alcino Alves Costa
O cangaceiro está tão próximo do nazareno que este não tem dificuldade nenhuma em dar um tiro certeiro na cabeça. O assecla cai morto aos seus pés”. Morto de sede o nazareno toma a água com sangue na cabaça do “cabra”. (Fogo de Maranduba. Lampião Além da Versão PP. 168). As Nas Batalhas de Maranduba e Serra Grande os cangaceiros desafiaram seus algozes.
Kydelmir Dantas e Alcino Alves Costa
Lampião só pode surgir num sertão esquecido pelo poder, numa terra desolada e esturricada por tenebrosas secas, onde reinava os grandes latifúndios governados por coronéis. Lampião teve desavença com poucos
coronéis e a sua presença fez tremer o poder e riqueza dos senhores das terras que remonta às capitanias hereditárias.
Juliana Ischiara, Alcino Alves Costa e Paulo Medeiros Gastão
O cangaço era poder e muitos filhos de famílias entraram para esse mundo sem nenhuma motivação provocada por mortes ou vinganças. Muitas vezes as desavenças surgiam por uma intriga, fuxico ou delação (veja o terrível caso da morte de Zé Vaqueiro ). Cangaceiro detesta fuxico e covardia.
Rostand Medeiros, João de Sousa Lima, Ivanildo Alves, Alcino Alves e Juliana Ischiara
Outras vezes as brigas aconteciam por vinganças entres famílias ou traição. “ O traidor sempre foi a figura mais odienta dentro do mundo caipira e do meio do cangaceiro. Para o delator não havia perdão” ( op. Cit. pp. 239).
Alcino, João de Sousa Lima, Ângelo Osmiro e Ivanildo Alves Silveira
Um homem simples apaixonado pela vida e pelas mulheres. A paixão pelo cangaço e Sergipe, só perdia para elas. Casou muitas vezes e deixou muitas viúvas. Além dos livros que conseguiu publicar, deixou outros inéditos.
José Cícero, Alcino Alves Costa e Bosco André
No início de 2012 estivemos visitando o Alcino em sua casa em Poço Redondo. Ele se queixava de gota e andava com dificuldade, mesmo assim nos atendeu e tivemos uma bela proza coletiva onde bebíamos a largos goles tanta sabedoria feita de um longo e laborioso viver cantando e glosando as coisas do cinzento sergipano, palco da morte de Lampião na grota de Angicos.
Alcino Alves Costa, Pedro Luiz e Drª.Francisquinha
Na ocasião da nossa visita ele me autografou vários livros de sua autoria. "Lampião além da versão - mentiras e mistérios de Angico" (
3ª edição 2011) , “O Sertão de Lampião” ( 2ª edição 2008); e “Poço
Redondo, a saga de um povo” ( 2009).
A professora Ana Lúcia e Alcino Alves Costa
No prefácio ao livro lampião Além da Versão, ele repte: Estimado João da Mata, nas paginas deste livro a história de Lampião além da versão. Do amigo e autor Alcino Costa 25/01/2012.
Jairo e Alcino
Na dedicatória ao livro “O sertão de Lampião“, ele escreve: Na história brasileira a saga de Lampião tem lugar de destaque e o nosso sertão “O sertão de Lampião” o seu principal e social cenário.
Manoel Severo e Alcino Alves Costa
Alcino Alves Costa viveu toda a sua vida num dos principais cenários, palco da saga de Lampião. Ouvindo pessoas e pesquisando os
lugares e refúgios onde foram travadas as batalhas ele pode reunir muitas histórias e versões contadas dos embates entre coroneis, volantes, coiteiros e beatos.
Danielle Esmeraldo e Alcino Alves Costa
Pode não ser a versão verdadeira, mas é uma versão que precisa ser ouvida e lida. Seus livros ficam e são imprescindíveis para quem estuda o cangaço e os costumes e cultura dos nordestinos.
Capitão Alfredo Bonessi, Ângelo Osmiro, Alcindo e Tomaz Cisne
O autor ainda escreveu um livro que ele considerava o seu melhor trabalho. “Maria do Sertão”, seu primeiro romance ficcional.
Archimedes Marques, Alcino e Elane Marques
História e Lendas do Sertão, Sertão Viola e Amor, Preces ao Velho Chico entre outros livros escritos por Alcino Costa, enriquecem a etnografia nordestina e a cultura brasileira.
Vai em paz, meu querido amigo.
Saudades
Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas
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