Foto extraída do Site da Sociedade Brasileira do Cangaço
Imagem
da Cadeia Pública de Pombal Onde Jesuíno Brilhante Liderou Ataque para Libertar
seu Irmão Lucas em 1874
Segundo Câmara
Cascudo, "ficaram famosos os assaltos à cadeia de Pombal (PB) para
libertar seu irmão Lucas (1874) e, no ano de 1876, à cidade de Martins (RN).
Cercado pela polícia local, Jesuíno e seus dez companheiros abriram passagem
através de casas, rompendo as paredes, cantando a antiga "Curujinha".
Câmara Cascudo afirma ainda que Jesuíno "nunca exigiu dinheiro ou matou para
roubar". A imaginação popular acrescentou à biografia do cangaceiro
centenas de batalhas, das quais Jesuíno Brilhante teria participado sem que
tivesse levado um só tiro...
Em dezembro de 1879, na região das Águas do Riacho de Porcos, Brejos da Cruz, na Paraíba, Jesuíno foi atingido no braço e no peito, sendo levado, agonizante, por seus amigos. Morreu no lugar chamado "Palha", onde foi sepultado.
Entre as principais ações de Jesuíno, narradas no livro de Raimundo Nonato, encontram-se o saque à Cadeia Pública de Pombal (Paraíba), em 1874, e a invasão à cidade de Imperatriz (hoje Martins, no Rio Grande do Norte) para resgatar uma moça raptada pelo filho de um fazendeiro.
A Saga do
Cangaceiro Jesuíno Brilhante
Foto de Capa
do Livro do Escritor Raimundo Nonato sobre o Cangaceiro Romântico Jesuíno
Brilhante
Jesuíno
Brilhante nasceu em Patu, no sítio Tuiuiú, em 1844, filho da aristocracia rural
sertaneja. Em 1871 entrou no cangaço por vingança, após um irmão dele ter
sofrido uma surra nas ruas da cidade e uma cabra de sua fazenda ter sido
roubada.
O seu cangaço difere do de outros bandoleiros que povoam a memória popular nordestina como Virgulino Ferreira - mais conhecido como Lampião - e Antônio Silvino, pois Jesuíno implantou à sua maneira um sistema de "justiça" em uma terra onde reinava a lei do mais forte e não fez desta atividade uma profissão.
Segundo Frederico Pernambucano de Mello, o fenômeno do cangaço pode ser classificado de três formas: o cangaço por vingança, o cangaço como profissão e o cangaço refúgio. Assim como Lampião, Jesuíno é um dos principais exemplos de cangaço por vingança, cuja existência se justifica pela total ausência do exercício da justiça por parte do Estado.
Foto: Imagens
Google
Carlos
Tourinho - Diretor de Fotografia do Filme Jesuíno Brilhante o Cagaceiro
Romântico
A literatura
sobre o "Cangaceiro Romântico" inspirou o cineasta carioca William
Cobert que, em 1972, dirigiu o primeiro longa-metragem potiguar: Jesuíno o
Cangaceiro. As armas utilizadas na produção foram cedidas pela Polícia Militar
do Rio Grande do Norte.
Em 1879, Jesuíno foi vítima da emboscada de uma milícia liderada por Preto Limão, seu algoz, sob encomenda do coronel João Dantas, após ter sido traído por um seleiro nas margens do Riacho dos Porcos, na comunidade Palha no sopé da Serra de João do Vale, no município de São José do Brejo do Cruz (Paraíba), antigamente São José dos Cassetes.
Seus restos mortais foram resgatados pelo médico Almeida Castro e durante várias décadas estiveram expostos no Colégio Diocesano em Mossoró, para depois fazer parte do acervo museológico do alienista Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. Hoje, encontram-se perdidos.
Nery Vitor -
Ator que fez Jesuíno Brilhante no Filme de Willian Cobbett. Foto: azougue.com
Jesuíno
Brilhante - O Cangaceiro foi gravado no interior no Rio Grande do Norte sendo o
primeiro longa-metragem rodado integralmente no estado pelo falecido cineasta
William Cobbett, no ano de 1972 ano esse de seca, com poucos recursos
financeiros e enfrentando ainda uma dura repressão política, só por estas
razões já merecia grande mérito, mas foi além, participando em 1973, como
convidado do júri do V Festival de Moscou, onde foi adquirida cópia pela antiga
União Soviética, e hoje países como Índia, Polônia Hungria e Espanha ainda
possuem cópias do filme em suas cinematecas.
O filme mostra
a saga de Jesuíno Alves de Melo Calado, logo depois chamado de Jesuíno
Brilhante que nasceu em Tuiuiú Patu no Rio Grande do Norte em 1844 e morreu
lutando em Brejo da Cruz na Paraíba em fins de 1879, Jesuíno ganhou
fama como
cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, um espécie matuta de Robin
Hood adorado pela população mais pobre, o filme conta com Carlos Tourinho na
direção de fotografia e o ator Nery Victor no papel do Jesuíno Brilhante.
Casa de Pedra
- Sitio Cajueiro. Foto: Aluisio Dutra
Jesuíno se diferencia dos demais cangaceiros por ter procurado intervir em questões sociais como a distribuição para as pessoas necessitadas dos gêneros alimentícios destinados a combater as secas, que subtraía dos coronéis saqueando os comboios de víveres que eram enviados pelo Governo para as vítimas das secas, mas que ficavam nas mãos dos poderosos e nunca chegavam à população. Jesuíno também se destacou por intervir em situações de violência sexual contra as mulheres uma década antes do reconhecimento legal do crime de estupro.
Famílias inteiras chegaram a fazer parte do seu bando como estratégia de sobrevivência. De 1871 a 1879, implantou um "Estado paralelo" nos sertões nordestinos, cujo eixo central era a região do Patu ("terra alta", em tupi) e cuja principal fortaleza a chamada Casa de Pedra (caverna encravada na Serra do Lima).
Vários autores escreveram sobre Jesuíno, entre eles Luis da Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Ariano Suassuna e Raimundo Nonato. Este último é autor de Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro Romântico, que narra a inteira epopeia do bandoleiro.
Serra do
Cajueiro - Patu-RN
Para Câmara
Cascudo, ele "foi o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, espécie
matuta de Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos fracos, dos
velhos oprimidos, das moças ultrajadas, das crianças agredidas (...) Baixo,
espadaúdo, ruivo, de olhos azuis, meio fanhoso, ficava tartamudo quando
zangado. Homem claro, desempenado, cavaleiro maravilhoso, atirador incomparável
de pistola e clavinote, jogava bem a faca e sua força física garantia-lhe
sucesso na hora do "corpo a corpo". Era ainda bom nadador, vaqueiro
afamado, derrubador e laçador de gado.
Sua pontaria infalível causava assombro, especialmente porque Jesuíno, ambidestro, atirava com qualquer das mãos. Casou com D. Maria, tendo cinco filhos dessa união.
Envolvido com uma questão de família, Jesuíno matou o negro Honorato Limão, no
dia 25 de dezembro de 1871. Foi sua primeira vítima.
Como lembra Tarcísio Medeiros, era "irredutível em questão de honra". O autor, em seguida, cita um texto de Raimundo Nonato, que narra um episódio, onde Jesuíno Brilhante se hospedou em uma casa. O marido estava ausente. Um bandido, de nome Montezuma, procurou se aproveitar da situação para perseguir a proprietária da casa. Jesuíno, revoltado, matou o malfeitor. Outro caso: assassinou um escravo, José, porque tentou violentar uma mulher.
Fonte: Texto
de Frederico de Mello e pesquisa de Edvaldo Morais.
Serrote
da Tropa - Sítio Santo Antônio Zona Rural do Município de São José de Brejo do
Cruz-PB (conhecido também como São José dos Cacetes). Foto Pôla Pinto
Obs:
Provável local da emboscada contra Jesuíno Brilhante causando a sua morte
http://oestenews-heroismo.blogspot.com.br/2009/12/saga-do-cangaceiro-jesuino-brilhante.html
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