Por José
Mendes Pereira
Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano:
Naquele
estabelecimento de ensino não por
vandalismo, coisa de adolescentes, e que nunca ninguém sofreu nenhum dano
praticado por nós, internos, apenas era uma maneira de nos divertirmos com
coisas simples, devido às privações e as regras do internato.
Revendo hoje
na minha mente algumas astúcias que nós fizemos durante o tempo em que passamos
naquela instituição, lembrei-me da despensa lotada de alimentos do bom e do
melhor, onde ali era um verdadeiro mercadinho, com charque, carne de sol, jabá,
sardinha, conserva enlatado, doce, rapadura, leite em pó, e tantos outros
produtos de boa qualidade, tudo aquilo para o nosso sustento, mas com limites,
e que nós não batíamos um prego em um isopor.
Em noites
variadas, noite sim, noite não, nós que já nos aproximávamos da maioridade,
fazíamos o assalto à despensa da escola, quando ainda o estabelecimento era
instalado na Avenida Alberto Maranhão, em frente ao posto paraibano, bem
próximo à Praça conhecida por Praça do Alto da Conceição. E geralmente, nós
dávamos início ao furto à despensa após as 11; 00 horas da noite, quando todos
já haviam chegado das suas escolas; e também porque os internos menores já
estavam dormindo.
Como ali
existiam alunos que poderiam mexericar o que nós aprontávamos, e um dos tais,
Gutemberg (o trinta, já falecido), que me parece que era um dos 21 filhos da
dona Candinha, do grupo dos sete que falam, evitávamos fazer o nosso furto
diante dele, pois se nós déssemos chances, no dia seguinte chegaria à
diretoria.
Como ele gostava de noite sim noite não dormir na casa de um dos seus primos, com ordem da direção, só usávamos a despensa para furtarmos mercadorias para a nossa merenda, em noite que ele estava fora do ambiente escolar.
Como ele gostava de noite sim noite não dormir na casa de um dos seus primos, com ordem da direção, só usávamos a despensa para furtarmos mercadorias para a nossa merenda, em noite que ele estava fora do ambiente escolar.
Geralmente os
que faziam o assalto à despensa eram: Willame, (o Tigá), este nos dias de hoje
se encontra totalmente fora de si); Josué (o galego), e que não tenho roteiro
por onde anda; Walter, o qual tenho dúvida se a sua cidade é Janduís;
Francisco de Souza (o nove), (segundo dona Maria de Lourdes, ex-zeladora
de lá, informou-me que este fora assassinado há alguns anos).
Raimundo
Feliciano e José Mendes Pereira
Mais você com
suas malandragens, mas, apenas no intuito de diversão; e eu, entre
outros, que não posso revelar os seus nomes, porque eles faziam parte do corpo
docente da escola.
Os demais
alunos que ainda eram mirins não podiam saber deste nosso ataque à despensa,
pois eles poderiam nos entregar as administradoras, e se isso acontecesse, nós
estaríamos ferrados.
Como a
fechadura da despensa era de boa qualidade jamais conseguimos chaves adequadas,
e sendo o ambiente que guardava as mercadorias apenas de meia parede, um subia
por cima, e de lá ficavas jogando o que seria necessário para a nossa merenda
reforçada e ilegal. E quem se encarregava de fazer a nossa merenda era Josué (o
galego), que tinha mais habilidade para cozinhar.
Terminada as nossas refeições limpávamos o enorme fogão industrial, lavávamos os pratos e colheres, colocando-os todos em seus devidos lugares, para que as empregadas não percebessem que o fogão, colheres e pratos haviam sido usados na noite anterior. Cuidávamos de deixar tudo arrumadinho como elas haviam deixado ao saírem da escola.
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Mas com todas
as espertezas que usamos por muito tempo naquela escola, nenhum de nós se
dedicou a roubos, desonestos ou passou a ser marginal. Isto era apenas coisa de
adolescentes.
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
Fonte:
http://minhasimpleshistorias.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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