Publicado em 25/09/2013 por Rostand Medeiros
Desenho
representativo de um soldado da FEB na Itália 1944/1945 – Fonte –http://fabwiki.blogspot.com.br/2012/07/uniforme-exercito-brasileiro.html
Há 70 anos, no
dia 13 de agosto de 1943, foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB).
As tropas saíram para o combate no dia 2 de julho de 1944. Pouco antes de o
navio-transporte General Mann partir, com 5.075 soldados a bordo, Getúlio
Vargas despediu-se dos “pracinhas”: “Soldados da Força Expedicionária. O chefe
do governo veio trazer-vos uma palavra de despedida, em nome de toda a nação. O
destino vos escolheu para essa missão histórica de fazer tremular nos campos de
luta o pavilhão auriverde. É com emoção que aqui vos deixo os meus votos de
pleno êxito. Não é um adeus, mas um ‘até breve’, quando ouvireis a palavra da
pátria agradecida”.
No retorno, em
1945, a promessa não foi cumprida. “A gestão da desmobilização dos pracinhas
foi politicamente conservadora a fim de evitar a participação dos
expedicionários nos conflitos de poder do Estado Novo com um progressivo
esquecimento social dos expedicionários. Os veteranos foram abandonados pelas
autoridades civis e militares e a legislação de benefícios foi apenas
praticamente ignorada e houve uma apropriação crescente dos benefícios
destinados apenas aos combatentes por não expedicionários”, explica o
historiador Francisco César Alves Ferraz, da Universidade Estadual de Londrina
e pesquisador visitante da University of Tennessee. Ferraz trabalhou a
reintegração social dos pracinhas em A guerra que não acabou (Editora da
Universidade Estadual de Londrina, 2012) e, mais recentemente, nas
pesquisas A preparação da reintegração social dos combatentes
estadunidenses da Segunda Guerra Mundial (1942-1946) e A
reintegração social dos veteranos da Segunda Guerra Mundial: estudo
comparativo dos ex-combatentes do Brasil e dos Estados Unidos (1945-1965).
Embarque dos
pracinha para a guerra – Fonte –http://infograficos.estadao.com.br/galerias/gerar/4144
Segundo o
pesquisador, diferentemente dos ex-combatentes da Europa e da América do Norte,
que fizeram de suas expressões públicas movimentos sociais organizados
(o que tornou possível a conquista de benefícios e de reconhecimento social),
os veteranos, também pelo seu pequeno número, tiveram pouco sucesso em
chamar a atenção da sociedade e do aparelho estatal para seus problemas.
Ferraz, que analisou a diferença da reintegração dos ex-combatentes americanos
e brasileiros, lembra que, já em 1942, foram encomendados estudos, realizados
por diversos órgãos do governo dos EUA, Forças Armadas, comissões do Congresso
e iniciativa privada. “Um dos resultados mais expressivos foi o conjunto de
leis chamado de G.I. Bill of Rights, que concedia estudo técnico e superior
gratuito aos veteranos, transformava o governo federal em fiador de empréstimos
bancários e concedia auxílio-desemprego e assistência médica gratuita para os
que estiveram em serviço ativo em guerra por pelo menos 90 dias.
Por isso o
Departamento de Guerra americano enviou, em 6 de abril de 1945, correspondência
ao general comandante das forças do Exército dos EUA no Atlântico Sul, sob as
quais os brasileiros estavam subordinados, alertando para a inconveniência da
desmobilização imediata da FEB quando do seu retorno ao Brasil. “Uma vez que é
a única unidade do Exército brasileiro, inteiramente treinada pelos EUA,
considera-se que tem grande valor como um núcleo para o treinamento de outros
elementos do Exército brasileiro e como uma contribuição potencialmente valiosa
do Brasil à defesa hemisférica”, observa o documento. O aviso já refletia os
rumores, iniciados a partir de março de 1945, de que as autoridades militares
brasileiras pretendiam desmobilizar sumariamente a FEB, o que aconteceu
efetivamente.
Soldados
brasileiros na Itália – Fonte –http://infograficos.estadao.com.br/galerias/gerar/4167
“O Exército
fez o possível para marginalizar e desconsiderar quem esteve na linha de
frente. Havia enorme preconceito e inveja daqueles que estiveram com a FEB.
Toda a experiência adquirida foi desprezada, contrariando o conselho dos EUA
para que se vissem os expedicionários como núcleo de um esforço de modernização
e renovação do nosso Exército”, analisa o historiador Dennison de Oliveira, da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), que trabalha o tema, entre outros, na
pesquisa atual Reintegração social do ex-combatente no Brasil: o caso da
Legião Paranaense do Expedicionário (1945-1980). “Na ânsia de se livrarem da
FEB, tida como politicamente não confiável pelo Estado e pelos militares, os
pracinhas foram rapidamente desmobilizados sem que tivessem se submetido a
exames médicos, que mais tarde seriam fundamentais para que obtivessem pensões
e auxílios no caso de doenças ou ferimentos adquiridos no front, lembra o
professor. Havia temores políticos: a ameaça que representava para o Exército
de Caxias esse novo tipo de força militar, mais profissional, liberal e
democrático; o medo de que os oficiais febianos pudessem se tornar o fiel da
balança político-eleitoral e fossem cooptados pelos comunistas; acima de tudo,
temia-se que os expedicionários, entre os quais Vargas tinha grande
popularidade, pudessem apoiá-lo e empolgar a população para soluções diferentes
daquelas do pacto conservador das elites políticas para a sucessão do antigo
líder do Estado Novo.
O Comando
Brasileiro, no Aviso Reservado de 11 de junho, emitido pelo Ministério da
Guerra e assinado pelo ministro Dutra, observava que: “Não obstante reconhecer
o interesse do público, fica proibido, por motivo de interesse militar, aos
oficiais e praças da FEB fazer declarações ou conceder entrevistas sem
autorização do Ministério da Guerra”. Para Ferraz, a proibição de falar sobre o
histórico das ações é um ato de censura, não de segurança. O objetivo parece
ter sido “quebrar o impacto” da chegada da FEB, evitar as declarações que
pudessem embaraçar a instituição militar ou envolvê-la nas questões políticas
que fermentavam naquele momento.
Isso, segundo
ele, fica mais evidente quando se compara com as instruções emitidas ao Grupo
de Caça da FAB, enviadas pelo Comando Americano: “Quando você chegar à sua
cidade natal, provavelmente a imprensa local desejará entrevistá-lo. Você terá
liberdade de falar de suas atividades aos jornalistas, mas não deve especular
sobre o futuro de nossas unidades. A guerra continua no Oriente Próximo.
Estamos interessados, porém, que a sua história seja contada várias vezes, nos
EUA e no Brasil. Boa sorte no futuro”, assinado Charles Myers, brigadeiro do
ar.
Soldados da
FEB sendo recebidos no Rio de Janeiro
A FEB não era
bem-vinda também por boa parte dos membros do Exército, os militares de
carreira que conseguiram, de alguma forma, escapar da ida à guerra. “O envio de
expedicionários, os cidadãos-soldados, era motivo de piada nos quartéis. Quando
eles voltaram com prestígio popular, muitos sentiram que poderiam ‘ficar para
trás’ em suas carreiras e se iniciou uma conspiração surda da maioria que temia
ser ultrapassada em suas promoções e cargos”, observa Dennison Oliveira.
Ferraz, na
comparação entre americanos e brasileiros, mostra como um dos pontos
importantes na reintegração de veteranos dos dois países foi como lidar com o
passado, que trazia justamente essas questões políticas associadas aos
ex-combatentes. No caso nacional, a última guerra externa em que houve
mobilização de jovens que não eram militares regulares foi a Guerra da Tríplice
Aliança (1856-1870), cujo retorno à sociedade foi longe do satisfatório, com a
maioria dos veteranos indo parar no Asilo de Inválidos da Pátria. “Uma
consequência não planejada pelo Império foi o crescimento da participação ativa
de oficiais, inclusive de baixa patente, na política do país.
Combate de
cavalaria durante a guerra do Paraguai, conforme publicado em uma revista
americana – Fonte –http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Paraguai
O legado disso
foi mais o receio das autoridades pelo protagonismo político dos combatentes do
que o reconhecimento dos deveres da sociedade e do Estado com os veteranos de
guerra, nota Ferraz. Nos EUA, as mobilizações da Guerra Civil e, em especial,
na Primeira Guerra Mundial”, quando os veteranos tiveram suas questões
potencializadas com a Depressão e explodiram distúrbios nas ruas americanas,
ensinaram as autoridades como fazer a reintegração de seus jovens.
“Eles viram
que o perfil dos combatentes recrutados influi diretamente na reintegração
social: as chances de sucesso na reentrada da vida profissional e da cidadania
aumentam com o maior grau de formação escolar e qualificações profissionais. E
também quanto mais igualitário e socialmente distribuído for o recrutamento,
melhores as condições de uma recepção positiva da sociedade”, explica Ferraz.
No caso da FEB, lembra o pesquisador, todo um arsenal de “jeitinhos” foi
utilizado para tirar da unidade filhos de classes mais abastadas. Mesmo assim,
apesar da maioria pobre e de baixa escolaridade, a força brasileira exibiu uma
amostragem melhor que a média do país.
Unidade de
cavalaria da FEB, com veículo blindado de reconhecimento, quando ainda na
Itália – leiturasdahistoria.uol.com.br
“Sargentos,
cabos e soldados eram majoritariamente de origem urbana, alfabetizados, e
apresentavam robustez e resistência física, a ponto de a FEB precisar
confeccionar uniformes maiores que os do fardamento normal do Exército”,
observa o historiador Cesar Campiani Maximiano, pesquisador do Núcleo de
Estudos de Política, História e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP), autor, entre outros, de Barbudos, sujos e fatigados:
soldados brasileiros na Segunda Guerra(Grua, 2010). “Do total de praças, 80,7%
eram originários das regiões Sul e Sudeste do país. Os convocados oriundos do
Nordeste, escolhidos por suas ótimas condições de saúde e grau de instrução,
eram, na maioria, estudantes que serviram como cabos e sargentos, incorporados
para suprir a deficiência de graduados experientes”, nota o autor.
Nos EUA, dos
primeiros 3 milhões convocados, 47% estavam abaixo dos padrões; entre 1942 e
1943, dos 15 milhões de examinados, 32,4% foram rejeitados por causas físicas
ou psiquiátricas e um terço considerado “inaptos para aproveitamento em
qualquer grau”. Os americanos queriam apenas o melhor e adotaram critérios
rigorosos para isso. A diferença mais gritante, porém, é que não houve
distinção de classe no recrutamento para a guerra e um rigoroso controle no
sistema de inserções, ao lado de campanha de mobilização da opinião pública, fez
com que se recrutassem até o final da guerra mais de 16 milhões de soldados.
“Praticamente cada ramo familiar americano tinha um combatente entre os seus, o
que ajudou na compreensão dos deveres da sociedade para com aqueles que
lutaram”, avalia Ferraz.
O navio USS
General M.C. Meigs (AP-116) chegando ao Rio de Janeiro com os pracinhas
No Brasil,
apesar das festas, os expedicionários foram rapidamente desmobilizados. “A
razão foi política: tanto as autoridades do Estado Novo em decadência quanto as
forças políticas de oposição temiam o pronunciamento político dos
expedicionários, no que poderia ser a repetição do envolvimento político dos
militares no século anterior após a Guerra da Tríplice Aliança”, fala Ferraz. A
pressa foi tão grande em acabar com a FEB que os pracinhas já saíram da Itália
com seus certificados de baixa e quando chegaram ao Brasil já não estavam mais
sob a autoridade do comandante da FEB, mas do comandante militar do então
Distrito Federal, não exatamente simpatizante dos febianos.
“A partir de
então estavam à própria sorte. Traumas psicológicos de todo o tipo e rotina da
luta de sobrevivência no mercado de trabalho dificultaram o retorno dos
milhares de brasileiros que estiveram nos campos de batalha. As primeiras leis
de amparo só foram aprovadas em 1947”, afirma Dennison de Oliveira. A maioria
delas não foi sequer cumprida. Algumas, por sua vez, caíram mal entre os
ex-combatentes, como o decreto-lei assinado por Vargas em julho de 1945 que
concedia anistia aos militares da FEB, cujo efeito prático foi anistiar aqueles
que desertaram no Brasil ao período anterior à campanha militar.
Momento antes
do desembarque, só alegria pelo retorno. Logo viriam as decepções para muitos
pracinhas
Para Oliveira,
o ápice foi a chamada Lei da Praia, assinada em 1949 por Dutra. “De acordo com
ela, qualquer pessoa enviada à ‘zona de guerra’ tinha direito aos auxílios e
pensões. A lei incluía vias navegáveis e cidades no litoral brasileiro que se
encontravam nessa ‘zona de guerra’. Assim, seja o soldado que corria perigo e
lutava no frio dos Apeninos, seja o bancário que fora transferido para uma
cidade litorânea, todos recebiam o mesmo”, diz o historiador.
“Claro que nos
EUA também houve dificuldades de reintegração, mas houve um esforço da sociedade
em receber os milhões de retornados da guerra. Os seus combatentes seriam
conhecidos como a ‘boa geração’, aquela que garantiu a vitória contra a
barbárie. Para os veteranos brasileiros, esse reconhecimento não aconteceu”,
observa Ferraz. Segundo o historiador, a busca por apoio institucional às
necessidades dos veteranos levou-os à aproximação com as Forças Armadas e,
logo, com suas práticas políticas, inclusive o golpe de 1964. Transformados em
símbolos e apoiadores do regime militar, viraram alvo dos críticos da ditadura
do pós-64. “Ao invés de colocar em questão essa identidade entre Exército,
governo militar e FEB, esses críticos preferiram investir contra a memória
expedicionária, o que só reforçou os laços entre o Exército e os veteranos”,
observa Ferraz.
Não se pode
negar, é claro, que muitos pracinhas apoiaram o regime militar, até porque na
primeira geração dos golpistas tinha alguns febianos, como o primeiro
presidente do regime militar, Castello Branco, cuja ascensão ao poder deu a
esperança aos veteranos de que seriam “vingados”. Mas as memórias desses
combatentes revela outras histórias, como verificou o historiador e
brasilianista israelense radicado nos EUA Uri Rosenheck, da Emory University,
que pesquisou a FEB em Fighting for home abroad: remembrance and oblivion
of World War II in Brazil. Entre os seus objetos de estudo estão as memórias
dos ex-combatentes e os monumentos que celebram os expedicionários em “espaços
cívicos” das cidades.
Pessoal da
Polícia do Exército no desfile da vitória no Rio de Janeiro
“No caso dos
pracinhas, as memórias são apenas lembranças do passado, mas, por meio de um
olhar analítico, elas se revelam como instrumentos de crítica política
contemporânea. No caso brasileiro, ler as memórias de guerra é ver como esses
homens desafiavam a ditadura militar e condenavam a política armada”, explica
Rosenheck, que passou em revista as 150 memórias escritas sobre a FEB. Segundo
ele, apesar de publicamente defenderem as suas lideranças, os cidadãos-soldados
criticam os militares.
“A maioria das
observações tem a ver com a ineficiência do Exército brasileiro, comparado com
o similar americano, e o contraste entre os oficiais regulares e reservistas.
Critica-se a falta de logística, como eles sofriam no frio por falta de
uniformes apropriados, como tiveram que pagar por suas passagens de trem
enquanto esperavam para embarcar para o Rio e mesmo a carência de
identificações, as dog-tags, que não eram dadas a eles”, conta o
brasilianista. As críticas mais ácidas vão para os oficiais do Exército
regular, ou seja, o Exército de Caxias em oposição aos voluntários combatentes
da FEB. “Eles lembram como esses primeiros tinham percepções antiquadas sobre
as relações entre pracinhas e oficiais, sobre a ética e a moral do corpo de
oficiais e sobre o profissionalismo em combate real.” Alguns recordam que foram
roubados por seus superiores e que decisões eram arbitrárias e baseadas em que
tipo de presente poderiam dar para seus oficiais.
O mesmo
acontecia quando o assunto era racismo. “Em muitas memórias, os soldados se
dizem horrorizados com o racismo dos militares americanos, mas em muitos casos
nessas memórias se pegam ‘lapsos’ em que se percebe o racismo dos próprios
pracinhas. Mas o importante é se perceber que eles preferem atribuir casos de
preconceito a ‘ordens de superiores’. Assim, tudo fica como sendo ‘coisa de
americano’ ou ‘dos superiores’, separando ‘os soldados’, ‘a FEB’ e por extensão
‘os brasileiros’ dos outros responsáveis por tais atos horríveis, seja pessoas
domésticas ou estrangeiras.” Para Rosenheck, as acusações contra comandantes
como racistas e incompetentes podem ser entendidas como um ataque implícito
sobre as Forças Armadas e seu papel na sociedade. “A crítica não precisa ser
explícita para ser efetiva. O fato de que veteranos da maior força de combate
militar desde a Guerra do Paraguai critiquem o Exército dá a suas observações
credibilidade e força. Tudo está centrado nos militares, não no governo
político, na sociedade civil, o que só reforça essa leitura.”
Ainda o
desfile da vitória no Rio – Fonte –http://rvchudo.blogspot.com.br/2013/05/8-de-maio-dia-da-vitoria-jamais-iremos.html
Rosenheck
também estudou os monumentos dedicados à FEB, com conclusões semelhantes.
“Apesar de dizerem que os pracinhas foram esquecidos, há 192 monumentos
dedicados à FEB, com 451 mortos, ou seja, quase três monumentos para cada sete
mortos”, conta. São construções que não celebram mortos, mas celebram os vivos,
os que voltaram, uma visão pouco militarista. As Forças Armadas estão quase
ausentes nos textos que acompanham esses monumentos, com escritos que destacam
a democracia, a liberdade, o civismo. Dos 192, 120 foram construídos entre 1945
e 1946, e 32 antes da instalação da ditadura militar. São poucos os que mostram
soldados (a maioria é de obeliscos) e a representação visual deles não é de
combate. “A narrativa não comunica a importância do Exército ou seu papel na
construção da nação, mas os valores de uma sociedade civil”, diz o historiador.
“Temos que reconhecer que as ligações da FEB com a história militar são
importantes, mas há outras narrativas. É preciso criar ligações entre a
história da FEB e outros aspectos da história e sociedade brasileira como um
todo”, avisa.
CARLOS HAAG |
Edição 210 – Agosto de 2013 - Revista de Pesquisa da FAPESP
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.wordpress.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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