Por Marden Barbosa
Virgulino
Ferreira da Silva, nasceu em Serra Talhada
Afinal, quem
foi Lampião, o maior ícone do movimento do cangaço, adorado e odiado, herói e
vilão, pra uns um o Robin Hood do sertão, pra outros um bandido assassino,
cruel e sanguinolento.
Virgulino
Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, nasceu em 7 de julho de 1897 na
pequena fazenda dos seus pais em Vila Bela, atual município de Serra Talhada,
no estado de Pernambuco. Era o terceiro filho de uma família de oito irmãos.
CONTEXTO
HISTÓRICO:
Sertão
nordestino, seca, fome, desigualdades, transição do Séc. XIX para o XX,
primeiras décadas da República, nesse cenário surge o Cangaço,
caracterizando-se por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados:
assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam
comboios e armazéns.
Cangaceiros
não tinham moradia fixa, eram muitas vezes contratados como mercenários,
fazendo os serviços sujos para os coronéis. Perambulavam pelo sertão,
praticando crimes, fugindo e se escondendo.
A palavra
deriva de canga, peça de madeira simples ou dupla que se coloca na parte
posterior do pescoço de bois nos carros de boi. Devido aos utensílios que os
homens carregavam no corpo, o nome foi incorporado.
Como conheciam
muito bem a mata, rotas de fuga, ervas medicinais, e tinham ajuda de coiteiros
(pessoas que auxiliavam na fuga, ou davam abrigo, simpatizantes), não era uma
missão fácil para o Estado captura-los.
O Estado, se
atualmente é omisso, quanto a questão da pobreza no nordeste, no início do Séc.
XX, o povo estava abandonado a própria sorte, a seca e a miséria predominavam,
onde os coronéis(fazendeiros) eram a lei.
Voltemos a
Lampião, em 1915, ele acusa um empregado do vizinho José Saturnino de roubar
bodes de sua propriedade. Começa, então, uma rivalidade entre as duas famílias.
Quatro anos depois, Virgulino e dois irmãos se tornaram bandidos.
José
Saturnino, o primeiro desafeto de Lampião
Matavam o gado
do vizinho e assaltavam. Os irmãos Ferreira passaram a ser perseguidos pela
polícia e fugiram da fazenda. A mãe de Virgulino morreu durante a fuga e, em
seguida, num tiroteio, os policiais mataram seu pai. O jovem Virgulino jurou
vingança.
Lampião formou
o seu bando a princípio com dois irmãos, primos e amigos, cujos integrantes
variavam entre 30 e 100 membros, e passou a atacar fazendas e pequenas cidades
em cinco estados do Brasil, quase sempre a pé e às vezes montados a cavalos.
Foram criadas
volantes, policiais mais soldados temporários, milícias armadas para tentar
combater e capturar os cangaceiros, que os apelidaram de “macacos” pelo jeito
que batiam em retirada, pulando.
Lampião ficou
famoso pela sua disciplina, vestes impecáveis, cheias de adornamentos, coisa
que todo o bando copiava, a vaidade dos cangaceiros era uma de suas marcas registradas.
Lampião
roubava comerciantes e fazendeiros, sempre distribuindo parte do dinheiro com
os mais pobres. No entanto, seus atos de crueldade lhe valeram a alcunha de
"Rei do Cangaço".
Quando bem
recebidos, promoviam bailes, festas, entretanto com os que o enfrentava ou lhe
afrontava, mostrava todo seu lado maligno e sanguinolento.
Seu bando
sequestrava crianças, botava fogo nas fazendas, exterminava rebanhos de gado,
estuprava coletivamente, torturava, marcava o rosto de mulheres com ferro
quente.
Antes de
fuzilar um de seus próprios homens, obrigou-o a comer um quilo de sal.
Assassinou um prisioneiro na frente da mulher, que implorava perdão. Lampião
arrancou olhos, cortou orelhas e línguas, sem a menor piedade.
Para matar os inimigos, enfiava longos punhais entre a clavícula e o pescoço (pra sangrar o cabra).
Punhal
de Lampião
Em 1926, a fim
de combater a Coluna Prestes, marcha de militares rebelados, liderados por Luiz
Carlos Prestes, o governo se aliou ao cangaceiro, fornecendo fardas e fuzis
automáticos.
Por indicação
do Padre Cícero, o qual disse que somente Lampião poderia conter a Coluna
Prestes, foi formalizado um pacto, no qual resultou o encontro do padre com
Lampião (Virgulino era devoto do Padre Cícero), isso em Juazeiro.
Padre Cícero Romão Batista
Blogdomendesemendes - Segundo alguns pesquisadores do cangaço quem obrigou o seu comandado comer sal, não foi Lampião, foi o cangaceiro Antonio Silvino.
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