Acampamento
Em tempos de
calmaria, os cangaceiros jogavam cartas, bebiam, promoviam lutas de homens e de
cachorros, faziam versos, cantavam, tocavam e organizavam bailes. Para essas
ocasiões se perfumavam muito. Lampião tinha preferência pela fragrância
francesa Fleur d'Amour.
Almocreves
Transportavam
bagagens, alimentos e bens materiais pelos sertões, no lombo de burros. Na sua
adolescência, Lampião havia exercido este ofício, o que contribuiu para que
conhecesse bem a região onde depois palmilhou como líder dos cangaceiros.
Armas
Os cangaceiros
mantinham seus rifles ensebados em ocos de pau, para evitar o "bicho
próprio da madeira". O Winchester (modelo 1873, calibre 44, cano octogonal),
conhecido com rifle papo-amarelo, foi a arma usada até 1926. O fuzil Mauser
(modelo 1908, calibre 7x57) passou a ser a arma do bando de Lampião após a ida
a Juazeiro do Norte. Os punhais tinham lâminas que mediam aproximadamente 67cm
e o cabo, 15cm.
Coronel
Chefe político
local, dono de grandes extensões de terra. Suas relações com os cangaceiros
dependiam do interesse do momento.
Coiteiro
Indivíduo que
fornecia proteção aos cangaceiros. Arrumava alimentos, fornecia abrigo e
informações. O nome vem de coito, que significa abrigo. Religiosos, políticos e
até interventores ajudaram Lampião.
Dinheiro
Em 1930, o
governo baiano chegou a oferecer 50 contos de réis pela captura de Lampião. Era
dinheiro suficiente para se comprar, na época, seis carros de luxo.
Equipamento
Em 1929, na
cidade de Capela, Sergipe, Lampião pesou sua carga. Sem as armas e com os
depósitos de água vazios, chegou a 29 quilos.
Ferimentos
Lampião levou
sete tiros e perdeu o olho direito, mas acreditava que tinha o corpo fechado.
Em 1921, foi ferido à bala no ombro e na virilha, no município de Conceição do
Piancó-PB. Em 1922, atingido na cabeça. Em 1924, baleado no dorso do pé
direito, em Serra do Catolé (Belmonte-PE). Em 1926, ferimento leve à bala, na
omoplata, em Itacuruba, em Floresta-PE. Em 1930, atingido levemente no quadril,
em Pinhão, município deItabaiana-SE.
Gravidez
As crianças
não eram amamentadas pelas mães naturais, mas deixadas com amigos de confiança
em coitos seguros. Para o nascimento, o bando reforçava a segurança do bando em
um lugar fora da rota das volantes, mas próximo a uma parteira de confiança.
Maldade
Lampião
tornou-se um "expert" em "sangrar" pessoas, enfiando-lhes
longo punhal corpo adentro entre a clavícula e o pescoço. Consentiu que homens
como José Baiano marcassem rostos de mulheres com ferro quente. Arrancou olhos,
cortou orelhas e línguas. Castrou um homem dizendo que ele precisava engordar.
A assepsia,
nesses casos, era a mesma aplicada aos animais: cinza, sal e pimenta.
Medicina 1
No ferimento à
bala, aguardente, água oxigenada e pimenta malagueta seca eram introduzidas
através do orifício de entrada. A farinha, além de alimento indispensável, era
utilizada como emplastro, no tratamento dos abcessos. O fumo em pó era
utilizado sobre feridas abertas, com objetivo de evitar infecções secundárias e
ovo posição de moscas varejeiras. Lampião levava em um de seus bornais uma
botica improvisada com tintura de iodo, pó de Joannes, água forte, pomada de
São Lázaro, linha e agulha, algodão, um estojo de perfumes com brilhantina,
óleo extratos e essências baratas.
Medicina 2
O juá e a
arnica eram elementos fundamentais para tratamento de feridas por tiros. O
emprego das cascas de jenipapo nas luxações, fraturas e contusões era uma
prática comum. Em traumatismo ocasionado por coice de burro usavam um emplasto
de mastruço, carvão moído e esterco de animal. O chá de quixabeira também era
recomendado para cicatrização.
Modernidade
Preocupado com
falsificação de correspondência, Lampião mandou fazer cartões de visita com sua
foto. Ele também mandava cartas em papéis que tinham seu nome datilografado. E
usava garrafa térmica e capa de chuva, presentes dos coronéis que lhe apoiavam.
Misticismo
Meizinhas,
amuletos e rezas eram utilizados para "fechar o corpo" contra os
inimigos ou para espantar cobras e animais peçonhentos. Mulher menstruada era
impedida de entrar nos quartos dos feridos de guerra, "para não arruinar a
ferida". Em lesões graves, o doente devia evitar "pisar em rastro de
corno".
Mulheres
Até 1930 não
existiam mulheres no cangaço. Lampião passou a integrá-las em seus bandos
depois de conhecer e se apaixonar por Maria Bonita. Elas não cozinhavam e nem
faziam outras tarefas rotineiras nos acampamentos, atribuições para homens.
Também não participavam efetivamente dos combates, com exceção de Dadá, esposa
de Corisco.
Religiosidade
Supersticioso,
Lampião andava com amuletos, livros de orações e fotos do Padre Cícero na
roupa. Nos acampamentos, ele era encarregado da leitura do "ofício",
espécie de missa. Em várias das cidades que invadiu chegou a ir à igreja, onde
deixava donativos fartos, exceto para São Benedito. "Onde já se viu negro
ser santo?", dizia, não escondendo o seu racismo.
Volantes
As forças
policiais oficiais, que também agregavam civis contratados pelo governo para
perseguir os cangaceiros.
Fontes: www.pernambuco.com
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cangaco/cangaco.php
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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